Os protetores faciais que alguns jogadores usaram em campo, durante a Copa do Mundo de 2022, chamaram a atenção dos fãs de futebol. O dispositivo, fabricado por cirurgiões-dentistas especialistas em odontologia do esporte, é utilizado para proteger a região da face quando há algum trauma.
Entre as incumbências da odontologia esportiva, que atua em prol da saúde bucal dos atletas profissionais e amadores das mais variadas modalidades, estão tratar e prevenir lesões na região da face, cuidar para que os atletas tenham os dentes preservados e desenvolver protetores dentários e faciais.
Alguns modelos de protetores disponíveis em lojas de material esportivo, com tamanhos pré-fabricados, não contam com uma retenção adequada e podem atrapalhar a fala e a respiração do atleta, não sendo recomendados pelos cirurgiões-dentistas.
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Já os protetores individualizados, desenvolvidos pelo especialista em odontologia esportiva, feitos a partir de moldes ou cópia digital via escaneamento, são regularmente produzidos em etileno acetato de vinila (EVA) e recomendados pelos profissionais para práticas profissionais e amadoras que envolvam o risco de trauma.
No mundo todo, esses dispositivos são utilizados pelos praticantes de esportes de impacto, entre eles o futebol americano, basquete e as artes marciais mistas (MMA).
Outros equipamentos auxiliares de proteção têm grande importância para o conforto e a manutenção da performance do atleta. Dispositivos que melhoram a posição da cabeça da mandíbula em relação à fossa mandibular, estabilizando a articulação temporomandibular (ATM) em uma posição mais cômoda (descompressiva), por exemplo, oferecem benefícios de ordem neurológica.
Além disso, a atuação do cirurgião-dentista pode apresentar um diferencial quando se fala em alterações na ATM e no desempenho biomecânico dos atletas, uma vez que a região é conhecida como a “primeira cintura” do corpo – significa que a ATM é uma articulação que tem vasos, ligamentos, nervos e um disco semelhante ao menisco (no joelho).
Por conta disso, traumatismos, infecções e doenças autoimunes que possam atingir essa articulação são capazes de gerar alterações que afetam a posição da mandíbula, da cabeça e da coluna, influenciando a respiração, o jeito de como o indivíduo caminha e até a distribuição articular do corpo.
Atualmente, muitos clubes de futebol já contam com departamentos odontológicos. No Brasil, cada vez mais os cirurgiões-dentistas estão sendo inseridos nas modalidades esportivas.
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Em um mundo ideal, todos os clubes deveriam contar com um especialista em odontologia do esporte para acompanhar as equipes, principalmente nas modalidades que têm maiores índices de traumas dentários.
Manter uma adequada saúde bucal e consultas regulares com o cirurgião-dentista são recomendações para uma prática esportiva segura, seja de alto rendimento ou não.
É consenso na odontologia esportiva que essa prática, aliada ao uso de equipamentos protetores, contribui para um bom e seguro desempenho do atleta.
*Luis Daniel Rodolfo Yavich da Costa Mattos é secretário da Câmara Técnica de Odontologia do Esporte do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
Protetores faciais e bucais evitam traumas durante o esporte Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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