Em meio a promessas que não foram adiante, nos últimos anos dois medicamentos foram aprovados para o tratamento do Alzheimer. Só que eles não empolgaram os médicos como uma esperada “revolução” no controle do problema.
A animação voltou à tona com um novo candidato, o donanemabe, da Eli Lilly. Segundo a fabricante, ele reduziu em até 35% a progressão da doença na última etapa de estudos.
É digno de nota, mas cabem ponderações. “Não houve melhora dos sintomas, e sim uma evolução mais lenta em pessoas com declínio cognitivo leve, ou seja, no estágio inicial da doença. É um ganho, claro, mas não uma solução definitiva”, comenta o neurologista Paulo Caramelli, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A pesquisa ainda precisa passar por revisão independente e ser publicada no meio científico para atestar os resultados.
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Histórico conturbado
Indústria procura há décadas tratamento realmente efetivo.
1906: O psiquiatra alemão Aloysius Alzheimer descreve pela primeira vez uma enfermidade que atingia os neurônios e afetava memória e comportamento.
1906-2021: Os remédios usados evoluíram, mas apenas amenizam os sintomas. É o caso dos inibidores da colinesterase, que, aliás, são eficazes e subutilizados.
Julho de 2021: O aducanumabe se torna o primeiro remédio aprovado a atacar uma das causas da doença, o acúmulo de placas beta-amiloide no cérebro. Os resultados dos estudos, contudo, geram controvérsia.
Janeiro de 2023: Recentemente liberado nos Estados Unidos, o lecanemabe apresentou efeito modesto de desaceleração do Alzheimer e perfil de segurança melhor.
A corrida por remédios contra o Alzheimer Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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