sexta-feira, 30 de junho de 2023

App para quem tem Parkinson (e um novo marcador da doença)

O argentino Sebastian Porta foi diagnosticado com Parkinson aos 41 anos. Logo começou a perceber que havia algo estranho com suas expressões faciais. “Minha esposa perguntava com frequência se eu estava me sentindo mal ou incomodado com algo”, conta.

Ele, assim como muitas pessoas que convivem com a doença, sofre com a chamada face em máscara, que causa a diminuição das expressões faciais.

“O Parkinson é mais conhecido pelos tremores, mas essa é uma queixa bem comum, que pode surgir ainda no estágio inicial dos sintomas”, aponta a fisioterapeuta Erika Tardelli, presidente da Associação Brasil Parkinson.

Pode ser um sorriso que não aparece, a dificuldade em expressar raiva ou tristeza… Fato é que a condição atrapalha, e muito, o convívio social e a qualidade de vida.

Para contornar, são prescritos exercícios para a musculatura do rosto — nem sempre fáceis de seguir. Daí a ideia de Porta, que atua na agência de comunicação Dentsu, de criar, junto a colegas, o aplicativo de celular Scrolling Therapy (“terapia de rolagem”, em português).

Com esse recurso, a pessoa controla as redes sociais usando movimentos básicos da face, como sorrir ou fechar a cara. “Queria fazer algo prático, que realmente melhorasse a vida de pessoas como eu”, relata Porta.

O app, desenvolvido em parceria com a Eurofarma, indústria brasileira de medicamentos, já pode ser baixado gratuitamente na App Store e na Play Store.

Ginástica facial

Veja como funciona o aparelho:

A musculatura: Para demonstrar sentimentos, precisamos acionar diversos músculos que recobrem a face. Isso acontece a todo momento.

No Parkinson: Uma das principais consequências da doença é a rigidez muscular, que também atinge o rosto. A pessoa nem percebe que está mais inexpressiva.

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A solução: No app, o usuário controla as redes sociais se expressando: põe a língua pra fora, sorri, faz cara de brava ou triste. A meta é 45 minutos diários de treino.

+ Leia também: Como trazer mais qualidade de vida e autonomia a quem tem Parkinson

Para bater o martelo na doença

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<span class="hidden">–</span>Ilustração: Editoria de arte/Veja Saúde/SAÚDE é Vital

O diagnóstico do Parkinson hoje é essencialmente clínico: o médico observa os sintomas e pede exames de imagem só para diferenciar o quadro de outras doenças neurológicas.

Pois um novo estudo, publicado no Lancet Neurology, indica que pode ser viável dosar uma substância no líquor para cravar a presença do problema. Trata-se de uma proteína conhecida como alfa-sinucleína, que costuma estar alterada nos pacientes.

Antes, ela era investigada no cérebro de pessoas que já tinham falecido.

Agora, cientistas conseguiram avaliá-la no líquido cefalorraquidiano extraído por meio de punção lombar, diferenciando quem apresentava Parkinson das pessoas livres da enfermidade neurodegenerativa.

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