sábado, 17 de junho de 2023

Asma interfere na qualidade do sono dos pacientes

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 6,5 milhões de pessoas no país com mais de 29 anos têm asma, que é identificada como uma doença inflamatória crônica das vias aéreas.

Muitos pacientes com asma me perguntam por que têm tantas crises ao longo da madrugada. Alguns, que apresentam a forma mais grave da condição, relatam que frequentemente se levantam para fazer inalação ou até mesmo ir ao pronto-socorro durante a noite.

As exacerbações acontecem quando há uma grande inflamação nos brônquios – com isso eles ficam mais estreitos e isso dificulta a passagem do ar.

A queda no fluxo respiratório que ocorre na madrugada pode ser um gatilho para a crise, daí porque os asmáticos pioram enquanto dormem.

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Como resultado, o descanso é prejudicado, há sonolência diurna e há impactos negativos em atividades como trabalho e estudo.

Isso ocorre sobretudo quando a asma não está controlada, como mostrou uma pesquisa publicada no European Respiratory Journal. Esse é um estudo recente, realizado em três clínicas nos Estados Unidos, com asmáticos moderados ou graves entre 18 a 65 anos de idade.

Em resumo, a metodologia envolveu duas rodadas interativas de entrevistas para saber como eles se sentiam na hora de dormir e quando acordavam.

A avaliação demonstrou que a asma afeta vários aspectos do sono e associou esse impacto à má qualidade de vida.

Além disso, é essencial ressaltar que existem muitas condições que colaboram para o desencadeamento de uma crise de asma durante a noite.

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Dá para citar o contato prolongado com materiais que acumulam alérgenos e não estão adequadamente higienizados, como colchões, móveis e travesseiros – principalmente os de penas de aves.

Cabe destacar que a presença de outras doenças que muitas vezes ocorrem junto com a asma aumenta o risco de distúrbios do sono entre os pacientes. Falo de rinossinusite crônica, refluxo gastroesofágico, depressão e ansiedade, por exemplo.

Felizmente, a asma é uma doença que tem controle através de acompanhamento regular com o pneumologista ou alergista.

Esses profissionais atualmente dispõem de uma grande variedade de tratamentos – inclusive para a forma grave da doença. Isso ajuda no manejo da asma e na melhora da qualidade de vida dos pacientes.

Mas é fundamental observar e relatar os sintomas noturnos para o médico, pois acordar à noite com crise asmática é um sinal de gravidade da doença e de que ela não está controlada.

Mesmo em pacientes graves, tosse e chiado não são normais e indicam que o tratamento precisa ser revisto.

Vale reforçar que o indivíduo com asma pode ter crises a qualquer momento – seja dia ou noite.

Durante esses episódios, há falta de ar, dificuldade para respirar, chiado ou aperto no peito e tosse. Procure apoio para evitar passar por esse sufoco.

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*Mauro Gomes é pneumologista, professor de Pneumologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e chefe de equipe de Pneumologia do Hospital Samaritano de São Paulo

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