terça-feira, 20 de junho de 2023

Nikola Tesla: vida e obra do cientista inspiram peça de teatro brasileira

Em 1898, Nikola Tesla impressionou quem assistiu à sua apresentação na feira Electrical Exhibition, que aconteceu no (então recém-inaugurado) Madison Square Garden, em Nova York.

Em uma piscina, o cientista colocou um barco em miniatura – que, de repente, começou a se mover sozinho. A plateia, boquiaberta, logo o indagou sobre o feito. Tesla disse que havia equipado o barco com um “sistema inteligente”, capaz de responder, inclusive, a comandos de direção.

As pessoas, então, gritaram para que a miniatura navegasse para frente, para o lado, para trás… E o barquinho obedeceu, como se estivesse “ouvindo” as ordens.

Mentira. Tesla estava comandando tudo à distancia. Cortesia de sua invenção: o primeiro sistema de controle remoto via ondas de rádio.

Hoje, claro, ninguém cairia no truque do barquinho. Mas, naquela época, quase ninguém conhecia as propriedades do rádio – a primeira transmissão transatlântica, feita pelo italiano Guglielmo Marconi, havia acontecido apenas um ano antes, em 1897. Tesla, assim como Marconi, foi um dos precursores desse campo de estudo, que revolucionou o modo como nos comunicamos.

Este é só um pedaço da biografia de Tesla (1856-1943). O inventor sérvio foi uma das mentes mais importantes da virada do século 19 e 20 – o seu aperfeiçoamento no sistema de corrente alternada (na qual os elétrons fazem um movimento de vaivém, em vez de seguirem uma única direção contínua) é o que viabilizou a transmissão de energia para longas distâncias e em alta tensão. É via corrente alternada que a eletricidade gerada em uma usina chega até a sua casa.

Estudante de engenharia que não terminou a faculdade, Tesla comprou briga com o americano Thomas Edison (que defendia a prevalência da corrente contínua ante a alternada), fez fortuna com seu trabalho e registrou mais de 300 patentes ao longo da vida. Mas morreu falido – e sozinho.

A atribulada história de Tesla é o que inspira a peça O Universo Está Vivo Como Um Animal, que já passou por Curitiba, São Paulo e, agora, está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) no Rio de Janeiro até o dia 25/6.

Foto do espetáculo “O universo está vivo como um animal”.
<span class="hidden">–</span>ELENIZE DEZGENISKI/Divulgação

A peça é criação da Rumo de Cultura, uma produtora paranaense que desenvolve projetos artísticos em diversas frentes (teatro, dança, artes visuais, música e cinema). A ideia nasceu durante uma viagem da atriz Isabel Teixeira, em 2016. Após visitar uma exposição sobre Tesla, Isabel compartilhou o que havia aprendido sobre o cientista com os também atores Diego Marchioro e Fernando de Proença, da Rumo.

“Ficamos fascinados pelo Tesla à medida que conhecíamos mais sobre sua vida e trajetória”, conta Diego. A partir daí, o grupo mergulhou em obras e documentários sobre o inventor – sobretudo, textos escritos por ele mesmo (como a autobiografia Minhas Invenções, de 1919). “Entre o primeiro rascunho da ideia até o momento de colocá-la em prática, foram quase cinco anos de pesquisas”, lembra Fernando.

Os artistas reuniram milhares de falas de Tesla, retiradas de entrevistas, livros e transcrições de palestras. Essa coletânea foi a base para o roteiro da peça (cujo título também é uma frase do inventor). “Tudo o que sai da nossa boca foi escrito ou dito por ele, com pequenas alterações para a linguagem teatral”, conta Fernando.

Luzes para todo lado

Quem for assistir à peça não encontrará refletores de luz, comumente encontrados em salas de teatro. A iluminação do espetáculo vem de 20 lâmpadas fluorescentes (100 metros de fiação passam pelo palco). A lâmpada fluorescente é uma invenção de Tesla e chegou ao mercado em 1938.

Foto do espetáculo “O universo está vivo como um animal”.
<span class="hidden">–</span>ELENIZE DEZGENISKI/Divulgação
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Em determinado momento do espetáculo, há também uma demonstração de uma bobina de Tesla. Os raios produzidos pelo aparelho (cuja tensão pode atingir milhares – até milhões – de volts) alimentam lâmpadas fluorescentes, que acendem sem estarem conectadas na tomada.

A transmissão de energia sem a necessidade de fios era um dos grandes sonhos de Tesla – que também previu que o futuro da comunicação global passaria longe dos cabos. “Além disso, ele defendia a democratização dos seus inventos; um desejo de que todos tivessem acesso ao conhecimento”, disse Diego.

A peça não é o único projeto da Rumo de Cultura sobre Tesla. Em 2020, a produtora lançou PEOPLE vs. TESLA, uma audiossérie em três capítulos que se passa no último dia de vida do cientista. Tesla morreu aos 86 anos no quarto do hotel onde ele morava, em Nova York.

O Universo Está Vivo Como Um Animal fica em cartaz no CCBB Rio até dia 25/6. Confira mais informações aqui.

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pq o interesse no tesla? acho que o que chama a atencao é o fato de ser um genio esquecido, que so nas ultimas decadas foi redescoberto

tbm o fato que ele era um visionario, queria a comunicaco sem fio pra todo mundo, democratizar a parada.

faz parte de uma tetralogia chamada xxx. a primeira foi sobre carmen miranda, a segunda, icrsusos hitoricos, a quarta ainda esta por vir

fica ate quando la?

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Nikola Tesla: vida e obra do cientista inspiram peça de teatro brasileira Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed

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