Com a pandemia de Covid-19, o Brasil e o mundo passaram a acompanhar de perto os esforços da ciência para chegar, em tempo recorde, a soluções como a criação de uma variedade de vacinas contra o coronavírus. O trabalho, feito em apenas alguns meses, pode demorar até dez anos para ser concluído em situações normais. O mesmo processo ocorre com os medicamentos, que percorrem um longo caminho até chegar ao uso pelos pacientes, da pesquisa à aprovação regulatória.
O desafio de desenvolver novos medicamentos
De acordo com dados disponibilizados pela Bayer, que investe cerca de 3 bilhões de euros por ano em pesquisa e desenvolvimento, apenas um em cada 10 000 ingredientes ativos criados por pesquisadores em um laboratório é transformado em um possível medicamento. E, mesmo na última fase de testes clínicos, ele ainda tem, em média, 40% de chance de não ser aprovado, por diferentes razões. Um processo desafiador que exige constantes atualizações tecnológicas e inovações, além de profissionais que não desanimem diante de obstáculos.
“Temos atualmente mais de 50 moléculas no nosso pipeline, em diferentes fases de pesquisa. Nossos esforços estão voltados principalmente às áreas de Oncologia, Saúde Feminina, Cardiologia, Hemofilia, Pneumologia e Oftalmologia, além de doenças metabólicas e renais. Apostamos tanto em desenvolvimento interno quanto externo, como as aquisições da KaNDy Therapeutics, com um novo medicamento para tratamento não hormonal da menopausa, além da BlueRock Therapeutics e da AskBio, que reforçam nossa aposta em terapia celular e gênica”, destaca Adib Jacob, presidente da divisão Farmacêutica da Bayer no Brasil e na América Latina.
O especialista e epidemiologista Richard Nkulikiyinka é um dos 7 400 médicos pesquisadores da farmacêutica alemã dedicados a descobrir novos princípios ativos e transformá-los em medicamentos e tratamentos. Ele faz parte da empresa há 13 anos e lidera a equipe de doenças cardíacas e renais. “Nossos especialistas são alguns dos melhores em suas áreas e esse é um trabalho que traz muitas esperanças e possibilidades. Se tivermos sucesso, será um avanço para os pacientes e para a medicina em geral”, diz.
Recentemente, Nkulikiyinka e sua equipe testemunharam a aprovação regulatória de um medicamento que ajudaram a desenvolver. Foi um processo de números robustos: dez anos, 8 000 pacientes e voluntários, 35 estudos e 50 países.
“Teremos dez lançamentos de produtos no Brasil entre 2019 e 2022, e somos uma das empresas mais dinâmicas na área de pesquisa e desenvolvimento. E estamos trabalhando bastante para que em breve o medicamento desenvolvido pela equipe de Nkulikiyinka esteja disponível também para os pacientes brasileiros”, ressalta Jacob.
Tecnologia como aliadaNada disso seria possível sem a ajuda da tecnologia, que, acelerada de forma exponencial, tem se tornado ainda mais presente na medicina, passando pelas complexas salas de cirurgia – com o auxílio de robôs e inteligência artificial –, garantindo diagnósticos cada vez mais precisos, e até mesmo pelos atendimentos rotineiros.
De acordo com a Bitkom, associação alemã de TI, as consultas por vídeo, por exemplo, passaram a fazer parte do dia a dia de mais de 25 000 consultórios médicos na Alemanha desde o início da pandemia. No Brasil, a prática de telemedicina foi aprovada em abril de 2020 em caráter emergencial e segue vigente.
O futuro está a um toque de distância
Dentro da Bayer, o desenvolvimento desse tipo de tecnologia é altamente incentivado. Para Niyantri Ramakrishnan, diretora de transformação digital da divisão Farmacêutica para a América Latina e o Brasil, os aplicativos voltados à saúde são um passo importante para o avanço da medicina. “Eles podem dar mais autonomia aos pacientes e ainda otimizar o atendimento médico”, ressalta. Niya, como é conhecida, entrou há pouco mais de um ano na empresa, justamente para desenhar a estrutura de transformação digital dentro da divisão Farmacêutica. “Estamos vivendo um momento único, que exige de nós uma transformação holística na forma como atuamos, começando pela mudança de mindset de nossas equipes, que vai impactar diretamente o nosso modelo de atuação”, ressalta.
Entre os projetos digitais estão também soluções para facilitar o dia a dia da classe médica. Recentemente, foi lançado no Brasil o aplicativo Universo Médico, uma plataforma de informação personalizada que já está disponível de forma gratuita nas lojas dos sistemas Android ou iOS, bastando apenas o CRM como exigência para cadastro.
Nele, os profissionais têm acesso a um espaço de streaming de vídeos e podcasts, informações sobre congressos, eventos, lives, entrevistas com especialistas e atualizações científicas, além de artigos e notícias sobre outros temas de interesse. “Queremos desenvolver soluções cada vez mais integradas e que facilitem e beneficiem o dia a dia desses profissionais. Promover serviços como esse é levar mais valor aos profissionais da saúde e, consequentemente, aos pacientes”, afirma Niya.
Outro exemplo é a parceria entre a Bayer e a empresa One Drop, que visa oferecer uma plataforma digital integrada para que os pacientes possam cuidar da sua saúde em qualquer momento e lugar. Os usuários têm a opção de monitorar sua alimentação, seus medicamentos e atividades físicas, além de indicadores como sono, estresse e humor. Esse tipo de plataforma está dentro do conceito de Terapia Digital, que a Bayer vem posicionando nos últimos anos, buscando gerar soluções digitais que ajudem o paciente, indo além do medicamento em si.
Medicina e tecnologia: como a digitalização transforma o futuro da saúde Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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