É triste, mas um fato: mortes acontecem todos os dias por problemas relacionados a acidentes ou doenças de trabalho. A Organização Internacional do Trabalho estima que 2,3 milhões de pessoas perdem sua vida por esses motivos todos os anos. A maior causa são as doenças físicas e mentais. Por conta disso, garantir a segurança e a saúde dos colaboradores tem se tornado prioridade entre as empresas.
Em um ambiente de trabalho, as pessoas estão expostas a cansaço e estresse, atividades física ou mentalmente repetitivas, além de condições frequentemente impróprias. Felizmente, com o avanço tecnológico, podemos identificar essas características através de parâmetros coletados com sensores em dispositivos vestíveis, também chamados de wearables.
+ LEIA TAMBÉM: Relógios inteligentes são a tendência fitness de 2022
Sim, me refiro a relógios, pulseiras e outros aparelhos que trazem consigo recursos como fotopletismografia, acelerômetro, barômetro, giroscópio, termistor, entre outros. Pesquisas recentes apontam que, ao avaliar o estado do trabalhador e sua resposta ao ambiente, essas são soluções promissoras para eliminar ou reduzir o risco de problemas ocupacionais físicos e psíquicos.
Isso vem chamando a atenção das indústrias, que adotam cada vez mais esses dispositivos (principalmente, os relógios) com o intuito de obter informações para aperfeiçoar a rotina e o local de trabalho. Nesse contexto, o monitoramento pode ser feito de duas maneiras: acompanhando os dados de saúde dos colaboradores e/ou supervisionando os dados do ambiente.
No monitoramento do ambiente, as informações coletadas abrangem pressão atmosférica, qualidade do ar, intensidade da luz, temperatura do local e intensidade de ruídos, por exemplo, possibilitando que as organizações gerenciem a situação geral e minimizem fatores de risco ocupacional como altas temperaturas e sons muito altos.
No monitoramento de dados de saúde, outras informações podem ser acompanhadas, como frequência cardíaca, quantidade de passos, pressão arterial, temperatura corporal, gasto calórico, ingestão de água, perda de suor, frequência de movimento, entre outras.
Algumas dessas métricas podem ser empregadas para aferir o nível de estresse dos colaboradores, enquanto outras, já utilizadas em empresas de construção e logística, avaliam a movimentação e a demanda de esforço físico dos funcionários.
A coleta combinada desses dados, do trabalhador e do ambiente, proporciona tanto aos gestores quanto aos colaboradores uma ideia de como o trabalho tem afetado o indivíduo e a equipe.
Em caso de resultados adversos, permite antever oportunidades e propor ações preventivas visando à segurança e ao bem-estar do grupo. Tudo dentro de um ambiente automatizado com informações em tempo real.
É a tecnologia a favor da qualidade de vida. Dentro e fora do trabalho.
* Paulo Moraes é especialista em ciência de dados e product owner do Health Data Lab (HDL), do Sidia Instituto de Tecnologia, em Manaus
Como a tecnologia pode apoiar a saúde do trabalhador Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário