Responsável por sete em cada dez casos de demência, a doença de Alzheimer é uma preocupação cada vez mais presente entre nós, especialmente à medida que envelhecemos. E os dados mostram que há razões para ficarmos em alerta.
Um estudo epidemiológico divulgado no ano passado projeta que, até 2050, a enfermidade vá quadruplicar na população brasileira se não forem adotadas medidas efetivas de prevenção. Nos últimos 30 anos, a proporção de pessoas acometidas pelo problema aumentou 127%.
Se há motivos para se preocupar, por outro lado temos ótimas notícias. Uma pesquisa conduzida nos Estados Unidos e na Suíça e publicada recentemente no The British Medical Journal revela que a adesão a hábitos saudáveis não só amplia a expectativa de vida como aumenta o número de anos vividos sem Alzheimer.
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Os autores desenvolveram para o trabalho um healthy lifestyle score, isto é, uma pontuação de estilo de vida saudável, baseada na presença de cinco fatores modificáveis no cotidiano de quase 2 500 pessoas com 65 anos ou mais. São eles:
1. Dieta rica em vegetais, principalmente folhas verdes, frutas vermelhas, azeite extravirgem, oleaginosas, grãos integrais e fontes de proteína com baixo teor de gordura;
2. Atividades intelectuais, como leitura, palavras-cruzadas, jogos de cartas, quebra-cabeça e visitas a museus;
3. Pelo menos 150 minutos por semana de atividades físicas de intensidade moderada ou vigorosa;
4. Ausência de tabagismo;
5. Baixa ingestão de álcool.
Os resultados foram empolgantes: mulheres e homens que pontuaram 4 ou 5 no escore viveram, em média, mais 24 anos e 23 anos, respectivamente, contra 21 anos e 17 anos daqueles que marcaram 0 ou 1 ponto.
A novidade do estudo é que esse mesmo grupo de mulheres e homens que seguiram hábitos saudáveis para a mente e o corpo conviveram por menos tempo com o Alzheimer (2,6 anos e 1,4 anos) na comparação com as pessoas que obtiveram 0 ou 1 ponto (4,1 anos e 2,1 anos).
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Os dados são claros: um estilo de vida saudável é essencial para viver por mais tempo e passá-los livres ou por bem menos tempo sem Alzheimer.
Muitos são os desafios para que essa seja uma realidade, sem dúvida. Mas o primeiro passo cabe a nós. Vamos evitar o sedentarismo, a dieta desequilibrada e outros comportamentos danosos e estabelecer um caminho seguro para um futuro mais pleno.
* Brendon Popinhak é neurologista e neurofisiologista clínico e atua em Porto Alegre em consultório e hospitais como o Moinhos de Vento
É possível viver sem Alzheimer? Há evidências de que sim! Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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