sexta-feira, 6 de maio de 2022

Doenças inflamatórias intestinais: quanto antes se descobre, melhor!

As doenças inflamatórias intestinais (DII), constituídas pela doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, são distúrbios autoimunes que afetam os intestinos grosso e delgado, podendo causar sintomas tanto ali como fora do trato gastrointestinal.

A doença de Crohn pode atingir qualquer parte do tubo digestivo, desde a boca até o ânus, e tem a característica de inflamar todas as camadas desses órgãos. Já a retocolite ulcerativa acomete somente a mucosa (a parte interna) do intestino grosso, em variáveis extensões.

Entre os principais sintomas dessas condição estão dor abdominal, diarreia e sangramento pelas fezes, além de perda de peso e dificuldade de crescimento nas crianças e adolescentes.

Suas manifestações são muito similares às de outras doenças digestivas comuns, como gastrite, síndrome do intestino irritável e infecções gastrointestinais. As DII ocorrem principalmente em adultos jovens, entre 15 e 45 anos de idade, mas podem aparecer em outras faixas etárias.

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Apesar de terem causa desconhecida, tanto a doença de Crohn quanto a retocolite ulcerativa são mais diagnosticadas em países desenvolvidos. São doenças, digamos, “modernas”, ligadas a um padrão alimentar mais industrializado, estresse crônico e outras situações que podem funcionar como gatilhos diante de uma predisposição genética.

O Maio Roxo é a campanha anual que vem alertar a população em geral e a própria classe médica sobre as doenças inflamatórias intestinais, que, aliás, vêm aumentando em incidência e prevalência mundialmente.

No Brasil, a prevalência cumulativa chegou a 100 casos para cada 100 mil habitantes no sistema público em 2020, segundo dados do DataSUS. Sim, é um problema mais comum do que parece à primeira vista.

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Um dos objetivos dessa iniciativa, realizada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), é contribuir para o diagnóstico mais precoce dessas enfermidades através da difusão de conhecimento entre os profissionais de saúde e da orientação e do esclarecimento do público leigo, por meio de sites e redes sociais, a respeito dos sintomas das doenças.

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Reconhecer o problema mais cedo e fazer um diagnóstico preciso − o que, além de consultas com especialistas, demanda exames de imagem e colonoscopia − leva a melhores condições de tratamento, maior controle da inflamação e prevenção de complicações.

Atualmente, temos à disposição no Brasil diversos tratamentos para as DII, tanto no sistema público quanto no privado. São medicamentos de várias classes, como corticoides, imunossupressores orais e agentes biológicos injetáveis. Ainda assim, uma parcela significativa dos pacientes necessita passar por cirurgias no intestino.

Então fica o alerta: quanto mais precoce o diagnóstico for feito e mais prontamente se iniciar o tratamento nos centros de referência, menores as chances de depender de procedimentos mais invasivos e os prejuízos à qualidade de vida.

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* Paulo Gustavo Kotze é coloproctologista, professor da PUC-PR e membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia 

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