quarta-feira, 19 de julho de 2023

Fóssil pode revelar que pequenos mamíferos também caçavam dinossauros

Você já deve ter ouvido falar que nós só estamos vivos hoje graças à extinção dos dinossauros. Afinal, nossos ancestrais mamíferos não se atreveriam a descer das árvores ou sair das tocas se existissem dinos vagando pelo chão.

Alguns pequenos mamíferos coexistiram com os dinossauros ao longo de pelo menos 250 milhões de anos. Até agora, acreditava-se que eles viviam escondidos sob a sombra dos grandes répteis. Uma descoberta fóssil recente, porém, pode mostrar que os mamíferos não eram tão acanhados assim.

O fóssil foi encontrado em uma região conhecida como “Pompeia da China”, onde a intensa atividade vulcânica possibilitou a preservação de animais pré-históricos. O fóssil “congelado no tempo” revela um momento único de luta entre um mamífero e um dinossauro. Apesar de rara, tal situação não seria tão impressionante não fosse um detalhe: era o mamífero quem estava predando o dinossauro, e não o contrário. E mais: o réptil tinha o triplo do tamanho do predador.

A cena foi descoberta por um fazendeiro na região de Lujiatun, na província de Liaoning, na China. Após a desenterrar o fóssil, o fazendeiro entrou em contato com o paleontólogo Gang Han, da Universidade Vocacional de Ciências e Tecnologia de Hainan.

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Após uma análise em laboratório, os pesquisadores identificaram as espécies entrelaçadas no wrestling pré-histórico como Repenomamus robustus, um pequeno mamífero carnívoro, cravando seus dentes em um Psittacosaurus, um herbívoro ancestral dos Triceratops. As espécies viveram no Cretáceo Inferior, período que compreende de 145 a 99 milhões de anos atrás.

Pesquisas anteriores já mostravam que o Repenomamus caçava filhotes de dinossauros como os do gênero Psittacosaurus. A novidade foi ver que o pequeno mamífero podia abocanahar as costelas de um dinossauro mais velho. O réptil pesava aproximadamente 10,6 kg – o que é bastante se considerarmos os 6,4 kg do Repenomamus.

Tal dinâmica não é exatamente algo novo na natureza. Espécies como o carcaju (ou Wolverine, para os mutantes mais íntimos), enfrentam animais com o dobro do seu tamanho, como renas, alces e até mesmo ursos. 

Esse tipo de fóssil é o sonho de todo paleontólogo. Apesar de alguns serem um pouco mais cautelosos em relação à veracidade da descoberta, a curadora de paleontologia do Museu Real da Colúmbia Britânica, Victoria Arbour, diz que seria algo difícil de forjar. Os fósseis foram encontrados em um pedaço de rocha não exposta, e com os animais estão bem intrincados. “Encontrar um encontro tão marcante congelado no tempo é excepcionalmente raro, mas não é tão estranho que exagere a credulidade.”

Para Stephen Brusatte, paleontólogo da Universidade de Edimburgo, as evidências de luta são bastante claras. Ele espera que, com mais estudos futuros, as dúvidas e desconfianças sejam esclarecidas. “À medida que mais cientistas sejam capazes de estudar o fóssil, espero que quaisquer dúvidas sobre a autenticidade possam ser eliminadas.”

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