“As manhãs são para café e contemplação”, já diria o policial Jim Hopper em um dos episódios de Stranger Things. Eis uma coisa que não faz parte da rotina de muita gente: deixar-se levar pelos próprios pensamentos. Uma pena: ao que tudo indica, esses pequenos momentos de reflexão podem ser mais recompensadores do que você imagina.
Eles podem aumentar a criatividade, aprimorar a imaginação e contribuir para a autoestima. Além disso, podem te ajudar na resolução de problemas. É o que sugere um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tübingen, no sul da Alemanha.
Como o estudo foi feito
Os cientistas queriam testar a hipótese de que as pessoas subestimam o processo de “só pensar” e colocaram 259 voluntários (todos estudantes universitários) em um lugar silencioso. Lá, eles ficaram sentados fazendo, bem, nada.
Foram sessões individuais com duração de três a vinte minutos. Eles foram proibidos de usar um smartphone, ler ou passear pelo local – e encorajados a deixar a mente vagar e desfrutar de um momento de reflexão.
Por meio de um questionário, os voluntários expressaram como se sentiram durante e depois das sessões de contemplação. O resultado: o prazer que os eles sentiram com a tarefa foi significativamente maior do que esperavam.
Alguns estudantes acharam a tarefa difícil, principalmente os que tendiam ter a pensamentos negativos durante o silêncio. Mas todos se sentiram bem após o momento de contemplação, mesmo quando as condições do experimento eram alteradas – e os voluntários passavam um tempo sozinhos em uma tenda escura, em vez de uma espaçosa sala de reuniões.
Segundo os pesquisadores, as pessoas tendem a considerar outras atividades mais atraentes e preferem se manter ocupadas – até terem a chance de desfrutarem de um momento de reflexão ou deixarem a imaginação correr solta.
Vivendo do ócio
Rotinas com tarefas demais e tempo de menos, além de estímulos externos em excesso, prejudicam nossa capacidade de se envolver nos próprios pensamentos. Um dos culpados, segundo os pesquisadores, é o smartphone, que facilitou a busca por distrações.
Os resultados sugerem que “há uma dificuldade inerente em entender com precisão o quão envolvente o ato de pensar pode ser”. Isso poderia explicar porque as pessoas “preferem se manter ocupadas em vez de dedicar um momento para a reflexão e a imaginação na vida diária”.
O estudo (“Pensando sobre o pensamento: as pessoas subestimam o quão agradável e envolvente é apenas esperar”, em tradução livre) foi publicado no Journal of Experimental Psychology.
Quer ser mais criativo? Pequenos momentos de reflexão podem ajudar Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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