domingo, 28 de agosto de 2022

Estamos preparados para envelhecer?

Já se perguntou se você está pronto para envelhecer? Essa questão nos faz pensar no próprio envelhecimento, mas também no envelhecimento de uma sociedade e de um país. O que nos faz refletir sobre diferentes aspectos relacionados ao avanço dos anos: nossa história de vida, nossas escolhas, nossos planos, nossos direitos, nosso acesso aos serviços, e tantas outras experiências que marcam o dia a dia.

Quando pensamos se estamos preparados para envelhecer, podemos nos perguntar: o que é necessário para isso? Bastam mudanças no âmbito individual? Quais atores devemos envolver nesse debate? Que políticas públicas nos ajudam a envelhecer bem? E, principalmente, podemos nos questionar: basta viver mais?

Ora, queremos viver mais, mas com qualidade de vida, dignidade e direitos garantidos.

Sabemos que envelhecer é um processo extremamente heterogêneo, com diferentes dinâmicas e nuances. É influenciado por diversos fatores, que nos moldam desde as primeiras fases da vida, os chamados determinantes sociais.

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Hoje o tema do envelhecimento ganha mais espaço nas mídias e até mesmo nas políticas públicas, mas ainda precisamos avançar muito para propiciar qualidade de vida às pessoas idosas e respeitar seus direitos.

O Brasil é um país que tem um ritmo de envelhecimento bastante acelerado e possui muitas diferenças entre as suas regiões, estados e municípios, o que impõe desafios à gestão pública e respostas assertivas às necessidades de atenção, cuidado e proteção dos cidadãos mais velhos. Entre os desafios nesse contexto, a saúde é um dos principais.

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No país, 75% da população idosa é dependente do SUS, mostrando, dessa forma, sua importância e, ao mesmo tempo, quanto precisamos incluir o envelhecimento dentro de uma pauta técnica nos programas públicos.

Ainda mais porque, com ele, há uma mudança no perfil demográfico e epidemiológico, com maior prevalência de doenças crônicas que, se não forem prevenidas, detectadas e tratadas adequadamente, acarretam o declínio funcional e prejuízos ao bem-estar dos idosos.

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O investimento na educação continuada dos profissionais de saúde sobre as especificidades do envelhecer, na informação dirigida aos idosos e à sociedade em geral, na criação de serviços de cuidados intermediários e no desenvolvimento de ações intersetoriais integradas é essencial para criarmos um ambiente mais acolhedor, que reconheça as potencialidades, os saberes e as contribuições da população com mais de 60 anos.

Já não há mais tempo nem espaço para discriminação, estigma e preconceito contra o idoso. Precisamos nos preparar para construir uma sociedade preparada para envelhecer.

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* Maria Cristina C. L. Hoffmann é psicóloga sanitarista, especialista em saúde coletiva e membro do coletivo Velhices Cidadãs

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Estamos preparados para envelhecer? Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br

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