quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Acne: o que é, tratamentos, sintomas e principais causas

O que é a acne

A acne é uma doença que provoca lesões na pele, como cravos e espinhas. Entre os sintomas também surgem vermelhidão, irritação e, em casos mais severos, dor. Isso ocorre por causa de uma inflamação nas glândulas sebáceas (que produzem uma espécie de óleo, ou sebo) e nos folículos pilossebáceos — estruturas internas dessas glândulas onde nascem os pelos do corpo. O tratamento varia de acordo com o grau do problema, a vai dos dermocosméticos ao popular Roacutan.

Há várias causas por trás dessa inflamação. “Nos pacientes com tendência genética, ocorre uma alteração na composição do sebo que desencadeia a inflamação com maior facilidade”, exemplifica a dermatologista Ediléia Bagatin, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O excesso de hormônios masculinos também pode disparar uma superprodução de sebo por parte das glândulas sebáceas. E, com a oleosidade predominando, as espinhas se tornam mais comuns. Aliás, elas tendem a surgir no rosto, nas costas e no tórax porque essas regiões possuem mais glândulas sebáceas.

Além disso, a acne pode ser disparada pela ação de uma bactéria chamada Cutibacterium acnes. Quando há uma produção aumentada de sebo e queratina — proteína presente na camada mais superficial da derme —, os folículos pilossebáceos são obstruídos, tornando-se um ambiente propício para a proliferação da C. acnes. E ela, por sua vez, ativa o processo inflamatório do corpo.

Esses e outros componentes tendem a se misturar nos casos de acne.

Tipos de acne

Ediléia explica que a doença é dividida entre inflamatória e não inflamatória. Mas atenção: mesmo no último caso, na realidade há uma inflamação leve, porém não visível a olho nu. Ela corresponde aos comedões, popularmente conhecidos como cravos.

“Quando são mais superficiais, ficam abertos como um ponto preto. Já se forem mais profundos, permanecem fechados e aparecem como uma lesão branca”, diferencia.

É apenas na versão inflamatória que surgem as espinhas. E, com elas, vêm a vermelhidão e o pus. Apesar de a acne ser mais comum na puberdade — quando há uma grande oscilação na produção de hormônios sexuai —, ela dá as caras em outras fases da vida. Confira:

  • Acne neonatal: durante a gestação, os hormônios passam para a criança pela placenta. Se o recém-nascido tiver uma predisposição genética, é possível que ele apresente espinhas. “Mas, em geral, não é preciso tratá-las. Elas regridem naturalmente em alguns meses”, tranquiliza Ediléia.
  • Acne infantil: hoje a comunidade médica já sabe que a própria glândula sebácea é capaz de produzir hormônios andrógenos em pequenas escalas. Por isso, crianças também estão suscetíveis a cravos e espinhas.
  • Acne da mulher adulta: mesmo após a adolescência, a população feminina está sujeita às espinhas por causa do fator hormonal. A genética e certos hábitos de vida contribuem para isso. E atenção: essa versão pode dar as caras mesmo entre quem não reclamava do problema na juventude.

Fatores de risco

Os principais são:

  • Exposição exagerada ao sol
  • Tabagismo
  • Dieta rica em açúcar
  • Estresse
  • Disfunções hormonais
  • Predisposição genética

“Um dos agravantes é o hábito de mexer na pele e manipular as lesões. Isso aumenta a inflamação e o risco de deixar uma cicatriz”, informa Ediléia.

Diagnóstico da acne

Trata-se de uma avaliação essencialmente clínica, feita pelo dermatologista. É muito importante se consultar com esse médico para que ele direcione o tratamento mais adequado a cada caso.

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Acne tem cura? Como funciona o tratamento

Nos quadros mais simples, nos quais há apenas cravos abertos, dá para resolver com dermocosméticos indicados pelo profissional de saúde. “Agora, quando são fechados, é preciso adicionar remédios. Em geral, começamos com um medicamento tópico e vamos avaliando a evolução”, relata a Ediléia.

Dependendo da gravidade, também são receitados antibióticos orais ou de uso local (pomadas). Quando eles não controlam a inflamação, o médico não raro parte para a isotretinoína, conhecida pelo nome comercial Roacutan.

“Na acne da mulher adulta, a primeira escolha é a terapia hormonal. Usamos anticoncepcionais, por exemplo”, conta a expert.

E um alerta: tentar se livrar da doença só com tratamentos estéticos pode ser um tiro no pé. “A limpeza de pele em clínicas, precisa se resumir à remoção de cravos abertos. Um esteticista nunca deve mexer num cravo fechado, muito menos em espinhas”, avisa Ediléia. O uso de agulhas ou outras técnicas via de regra irrita ainda mais a pele e agrava o quadro ao longo do tempo.

Cremes caseiros também não são indicados, pois, dependendo da composição, contribuem para a inflamação. “E eles não têm nenhuma segurança. Perder tempo com tratamentos inadequados significa aumentar o risco de uma cicatriz”, alerta a dermatologista.

 

Como prevenir a acne

Por estar ligada a ação hormonal e ao fator genético, não dá para evitar por completo. Porém, fugir daqueles fatores de risco é uma boa. Ou seja, controle o estresse, não fume, mantenha um estilo de vida saudável, não abuse do protetor solar e não mexa nas lesões.

Além disso, busque o apoio de um especialista quando surgirem os primeiros sinais, principalmente se você sofreu com acne neonatal ou possui histórico familiar.

Outra dica da profissional da SBD é usar maquiagem. Ao contrário do se pensa, ela é uma aliada no controle da doença.

“A maquiagem camufla as lesões, o que melhora a qualidade de vida e impede que a pessoa fique cutucando a pele”, esclarece Ediléia. Esses produtos também ajudam a proteger do sol, amenizando as manchas.

Por fim, tenha cuidado na hora de limpar a pele em casa. Dê preferência a dermocosméticos suaves e recomendados pelo dermatologista.

E para quem tem alguns cravos e acha que passar esfoliante três vezes por semana vai ajudar, um recado: “Isso não só é ineficaz, como agride a pele, levando à inflamação”, conclui Ediléia.

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Acne: o que é, tratamentos, sintomas e principais causas Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br

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