sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Vídeo de alta velocidade capta momento da formação de um relâmpago

Uma filmagem em alta velocidade capturou o momento exato em que um relâmpago surge no céu. Os frames, separados por apenas 2,63 milionésimos de segundo, são valiosos para os pesquisadores, já que iluminam uma antiga questão dos cientistas sobre como estes clarões são formados. Um estudo detalhado, feito a partir do vídeo, foi publicado na revista Geophysical Research Letters.

Antes de tudo, é importante entender essa imagem. Dentro da nuvem, há um acúmulo de partículas carregadas negativamente. Essas partículas serão liberadas no formato de canais de eletricidade, que recebem o nome de leaders (“líderes”). Pense que todos os corpos possuem cargas elétricas, sejam eles eletricamente neutros, positivos ou negativos. Quando vários raios com cargas negativas caem do céu, eles acabam induzindo o acúmulo de cargas positivas sobre o topo de grandes prédios. Então, dependendo da intensidade com que os leaders negativos chegam à terra, outros positivos sobem como forma de resposta. 

Essa aproximação entre os leaders de carga negativa e positiva é chamada de breakthrough phase (BTP), ou “fase de ruptura”. E aí que está a grande sacada dos cientistas. Talvez você tenha notado no vídeo um pequeno fiozinho de eletricidade que se forma a partir dos leaders. Essas faíscas são chamadas de streamers e, quando elas se encostam, o clarão aparece. 

Os leaders são como os braços da corrente elétrica. Já os streamers são como os dedos. Em hipóteses anteriores, os cientistas sugeriam que, para a formação do relâmpago, fosse necessário vários dedos se emaranhando, como se os raios dessem as mãos ou se preparassem para uma queda de braço. 

O vídeo mostra que isso não é necessário. A cena de dois dedos se encostando, lembrando a obra “A criação de Adão”, de Michelangelo, foi suficiente para trazer a luz – tanto para o céu quanto para os cientistas. O relâmpago, como pudemos ver, se forma quando as cargas negativas se deparam com as cargas positivas dentro de uma distância de 10 a 100 metros.

O vídeo foi capturado pelos pesquisadores em 2017, com o auxílio de uma câmera de alta velocidade. Durante uma tempestade, eles apontaram o objeto para um torre meteorológica de 325 metros de altura, localizada em Pequim. O braço que vemos surgindo no inferior da tela sai, na verdade, de um pára raio. Além disso, os dedos se encontram quando as correntes principais estão a 25 metros de distância umas das outras.

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