Um estudo recente descobriu que a montanha mais alta da Suécia, chamada Kebnekaise, está diminuindo de tamanho por conta das mudanças climáticas. A Kebnekaise faz parte dos Alpes Escandinavos e tem dois picos: um ao sul, coberto por uma geleira em processo de derretimento, e outro ao norte – rochoso e, portanto, estável.
Em 14 de agosto deste ano, o pico sul da montanha estava a 2.094,6 metros de altitude. Essa é a altura mais baixa registrada desde a década de 1940, quando pesquisadores da Universidade de Estocolmo iniciaram as medições. A altura registrada agora também é dois metros mais baixa do que a altura registrada em agosto de 2020.
Os pesquisadores usam métodos fotogramétricos para mapear a geometria do cume. Eles consideram uma margem de erro de 0,2 metro e realizam as comparações acompanhando as diferenças de altura da geleira ao longo do ano. Normalmente, a altura do pico sul pode variar de dois a três metros entre o verão e o inverno, por exemplo, devido ao deslocamento da neve e derretimento do gelo com o clima quente.
As medições mostram que a geleira variou em altura e forma durante o século 20, mas, desde a virada do século, as mudanças foram mais drásticas. Segundo os cientistas, as temperaturas médias na região têm subido, intensificando o derretimento do gelo. O pico sul de Kebnekaise também foi afetado por mudanças nos padrões de vento, que afetam o acúmulo de neve no inverno.
“A variação de altura é um bom símbolo da resposta das geleiras ao aquecimento do clima na Suécia”, afirma Per Holmlund, autor principal do estudo. “Quando as pessoas escalam a montanha hoje, elas passam por uma parte plana – um “pré-pico” – que não existia no início dos anos 2000. Desde 2020, o pico está 2,2 metros mais baixo, mas o ‘pré-pico’ cresceu até 1,2 metros.”
Analisando a história das medições e as mudanças na geleira de Kebnekaise, os cientistas indicam que há uma “relação complexa entre os parâmetros climáticos e a forma e o tamanho do cume”.
O pico sul da Kebnekaise costumava ser o ponto mais alto da Suécia, mas agora cedeu o título ao pico norte da montanha – com altura de 2 096,8 metros acima do nível do mar. Como é mais rochoso, o pico é resistente às mudanças climáticas.
O aumento da temperatura global e o derretimento de geleiras são alguns dos destaques do último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), publicado no último dia 9. Os cientistas fizeram uma revisão de estudos científicos sobre as mudanças climáticas e apontaram que a ação humana é a principal responsável por elas. Você pode entender as conclusões do relatório climático mais importante da década neste link.
Montanha mais alta da Suécia está encolhendo com as mudanças climáticas Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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