Cada fase do desenvolvimento de um bebê é linda, especial… e cercada de dúvidas. Engatinhar, por exemplo: apesar de ser um processo natural, alguns bebês demoram a demonstrar o interesse por diferentes fatores. Daí vem a história de que o engatinhar seria opcional, quando isso não é verdade.
Quando o bebê não engatinha, precisamos observar e entender o porquê disso dentro de seu desenvolvimento. Esse é um assunto importante quando se trata da evolução motora e cognitiva da criança.
Ao contrário do que muitos profissionais pregam, engatinhar está diretamente ligado a situações como aquisição de controle motor grosso, fortalecimento dos punhos e criação dos arcos das mãos. O ato também estimula o trabalho de core, quadris, pernas e braços em sincronia, o que é essencial para o marco posterior do andar e ainda favorece a conexão dos hemisférios cerebrais (direito e esquerdo).
O bebê que engatinha consegue se beneficiar, inclusive, de aspectos relacionados à leitura, pois faz uma “varredura” do ambiente durante o processo de deslocamento, aumentando sua capacidade de análise visual.
Se o seu bebê ainda não engatinha, calma! Observe-o e ajude-o nesse processo. A primeira dica é deixá-lo mais no chão, explorando o ambiente. O que mais temos percebido nos últimos tempos são crianças que ficam muito no colo ou sentadas em frente às telas, além de usar imobilizadores como “jumpers”, que incitam a pular o ato de engatinhar e ir direto para o andar.
Essa é uma questão que merece atenção. As crianças se desenvolvem e criam autonomia quando brincam e se movimentam em segurança no chão. Coloque brinquedos adequados para a idade e supervisione esse momento.
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Você pode pegar uma caixa, um brinquedo ou qualquer coisa que seja alta o suficiente para o bebê se apoiar enquanto fica de joelhos no chão. Fique por perto para auxiliar e então deixe que ele empurre pelo ambiente “andando” de joelhos.
A ideia é que isso seja divertido, então vale proporcionar algum tipo de desafio, como levar algo da caixa para o “papai”, algo para a “mamãe” e algo para boneca do outro lado da sala. Seja criativo e aproveite esse momento gostoso com seu bebê.
*Lígia Conte (desenvolvecrianca) é fisioterapeuta e especialista em reabilitação e desenvolvimento neuro-infantil
Engatinhar: incentive seu bebê nesse marco tão importante Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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