sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Transplante de órgãos: a vida que continua

Criado para ajudar a vencer tabus, esclarecer dúvidas, superar medos e reduzir o desconhecimento que ainda cerca o assunto, o Dia Nacional da Doação de Órgãos,1 27 de setembro, tem o potencial de salvar vidas – e todo o mês é marcado pela cor verde para incentivar as ações com esse propósito.

No Brasil e no mundo, as incertezas geradas pela Covid-19 impactaram de forma negativa a doação de órgãos e tecidos, diminuindo, assim, o número de procedimentos. Por aqui, caímos de 18,1 doadores por milhão de pessoas, em 2019, para 15,8 em 2020.2 No primeiro trimestre de 2022, mesmo com a vacinação avançada entre a população adulta e a percepção de variantes menos agressivas do vírus, as taxas não se recuperaram como esperado.3

Qualquer pessoa, desde que compatível com o receptor e sem doenças infecciosas graves ou infectocontagiosas, é potencial doadora, em vida, de um dos rins, de medula óssea, de parte do fígado e do pulmão – é o chamado transplante intervivos. Já um indivíduo pós-morte encefálica, ou seja, na ausência das funções neurológicas, pode ter coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas usados nessas cirurgias.4

O Brasil, felizmente, conta com centros de excelência habilitados a realizar os mais complexos tipos de transplante. Contando com uma equipe multidisciplinar para cirurgias que envolvem fígado, rim e pâncreas, o Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, está próximo à marca de 150 transplantes hepáticos desde o início do programa, em 2018. A instituição é também responsável pela concretização pioneira na América Latina de transplantes intervivos em casos de câncer colorretal com metástase no fígado.

“Até realizarmos esse novo protocolo, que foi desenvolvido na Noruega, a única opção para esses pacientes era a retirada da parte do fígado atingida pelo tumor. Mas, quando o câncer tomava todo o órgão, não havia nada mais a ser feito. O procedimento oferece boas perspectivas e um aumento de sobrevida de cinco anos em 60% dos casos”, celebra o dr. Eduardo Fernandes, cirurgião especialista em transplante de órgãos do abdômen do São Lucas Copacabana.

Eduardo Fernandes, cirurgião especialista em transplante de órgãos do abdômen do São Lucas Copacabana –Dasa/Divulgação

O dr. Alan Castro, nefrologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), marca que também pertence à Dasa, no Rio de Janeiro, destaca o serviço de transplante renal da instituição, pelo qual é responsável. “Uma experiência de 24 anos cujo propósito é prolongar e melhorar a qualidade de vida da pessoa com falência renal funcional. Ao longo dessa trajetória, o CHN foi responsável por mais de 350 transplantes de rim”, observa. O Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) ocupa, ainda, o quarto lugar entre os hospitais que mais realizam transplantes de medula óssea (TMO) no Brasil5 – indicado para doenças do sangue, como leucemia e linfoma.

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Alan Castro, nefrologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) –Dasa/Divulgação

“As células-tronco responsáveis por produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas servem para defender nosso corpo de ataques de agentes estranhos, distribuir oxigênio para as demais células e controlar hemorragias, respectivamente. Quando as células-mãe param de funcionar corretamente, pode ser necessário realizar um transplante de medula óssea”, explica o dr. Celso Arrais, diretor nacional de hematologia da Dasa e hematologista do Hospital Nove de Julho, também pertencente à Dasa, em São Paulo. O procedimento pode ser feito com a medula da própria pessoa ou com a de um doador. Em centros de referência, como o Hospital Nove de Julho e o Complexo Hospitalar de Niterói, tanto receptor quanto doador são acompanhados por equipes altamente capacitadas a atender todas as suas necessidades.

Celso Arrais, diretor nacional de hematologia da Dasa e hematologista do Hospital Nove de JulhoDasa/Divulgação

Com histórico igualmente bem-sucedido em TMO e em cirurgias de fígado e de rim, o Hospital Brasília, pertencente à Dasa, no Distrito Federal, foi o primeiro a executar, em 2019, transplante renal por meio de cirurgia robótica com equipe 100% brasileira. “Esse método traz diferenciais positivos, como menos dor, mais precisão, menos sangramento e alta precoce”, diz o dr. Fransber Rodrigues, urologista do Hospital Brasília. “O número de pacientes que volta a ter uma vida mais próxima do normal após o transplante é grande”, ressalta.

Fransber Rodrigues, urologista do Hospital Brasília –Dasa/Divulgação

Para ser um doador em vida, acesse o site da Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote) e faça seu cadastro: http://www.adote.org.br/.

“A doação é uma belíssima ação de altruísmo, que significa ‘ausência de egoísmo e interesse para com os outros’”, finaliza o dr. Alan Castro.

  1. https://bvsms.saude.gov.br/27-9-dia-nacional-da-doacao-de-orgaos-2/
  2. https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2022-03/numero-de-doadores-de-orgaos-volta-cair-em-2021-diz-associacao
  3. https://site.abto.org.br/publicacao/xxviii-no1/
  4. https://site.abto.org.br/transplantes/tudo-sobre-transplante/
  5. https://portalhospitaisbrasil.com.br/chn-conquista-4o-lugar-como-o-hospital-que-mais-realiza-transplantes-de-medula-ossea-no-brasil/ 
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Transplante de órgãos: a vida que continua Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br

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