Poucos monumentos são tão estudados quanto o Stonehenge. O conjunto de pedras de 3.000 a.C. continua instigando pesquisadores que bolam teorias sobre como elas foram erguidas. Apesar de ainda não saberem os detalhes de sua construção, os historiadores conhecem um fenômeno bem mais recente: em 1915, Stonehenge foi vendida em um leilão.
O comprador foi o advogado inglês Cecil Chubb. No dia 21 de setembro de 1915, ele foi a um leilão em Salisbury, no condado de Wiltshire. Sua esposa, Mary Chubb, havia pedido para ele comprar um conjunto de cortinas – mas ele voltou para casa com o maior patrimônio histórico da Inglaterra.
Segundo o advogado, tudo aconteceu por um impulso. Acredita-se que ele tenha comprado o monumento para dar de presente a sua esposa. Outra possibilidade é que Chubb não queria que Stonehenge acabasse nas mãos de algum americano, então preferiu adquirir o monumento o quanto antes. Seja o que for, o inglês acreditava que havia feito um bom investimento.
Essa brincadeira toda custou 6.600 libras na época, o equivalente a R$ 4 milhões em valores de hoje. Mary Chubb não ficou nada feliz com a compra – provavelmente porque o dinheiro saiu das economias da família.
Mas a questão que não deve sair da sua cabeça é: por que um monumento tão importante estava à venda?
Por muito tempo a região que abriga Stonehenge foi uma propriedade privada. No século 16, o rei Henrique VIII (segundo da dinastia Tudor) adquiriu terras do condado de Wiltshire, onde fica a cidade de Salisbury e o monumento. Em 1540, o rei deu as terras ao conde de Hertford. Em seguida elas passaram para o Lorde Carleton e para o Marquês de Queensberry, até serem compradas pela família Antrobus em 1824.
O herdeiro da família, Edmund Antrobus, morreu em um conflito da Primeira Guerra Mundial em 1914. As propriedades passaram para seu irmão Cosmo Gordon Antrobus, que resolveu leiloar as terras que abrigam Stonehenge.
Em 1915, a imobiliária Knight Frank & Rutley conduziu o tal leilão. O lote 15 incluía 12 hectares de terra e o próprio monumento. Cecil Chubb viu a oportunidade e fechou o negócio com o lance de 6.600 libras.
No final das contas, esse não foi um bom investimento pessoal, mas sim patriota. Em 26 de outubro de 1918, o advogado transferiu Stonehenge para domínio público, para que ficasse sob a tutela do governo. Mas com algumas condições: o valor da visita não deveria passar um xelim, e a população local de Salisbury deveria entrar de graça.
Hoje, as visitas ao monumento são organizadas pelo English Heritage, que cobra 14 libras por visitante adulto (R$ 83) e isenta a população local da taxa. Na cidade em que Chubb nasceu, há uma placa em sua homenagem, que o parabeniza por “ter dado Stonehenge à nação”.
Em 1915, este homem comprou o monumento Stonehenge Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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