O volume de dados que a humanidade produz é tão grande que precisamos de novas palavras para descrevê-lo. Por isso, na última sexta (18), uma votação internacional decidiu pela introdução imediata de quatro novos prefixos no Sistema Internacional de Unidades: quetta e quecto; ronna e ronto.
A votação aconteceu em uma reunião na França entre os representantes dos Estados membros do tratado internacional que rege padrões de medição – o Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM, na sigla em francês). Mas o que é, afinal, quetta e cia.?
Os nomes são prefixos: um conjunto pequeno de letras que se coloca na frente de outra palavra para mudar seu significado original. “Quilo” e “mili” são prefixos do Sistema Internacional de Unidades, por exemplo. Eles aparecem nas palavras “quilograma” e “milímetro” porque significam “mil” e “milésimo”, respectivamente.
Do mesmo modo, existem prefixos que representam números muito maiores – ou muito menores. Veja só: um giga (nome que usamos antes de “byte”, por exemplo) equivale a 109 ou 1 seguido de nove zeros: 1.000.000.000. É um bilhão de alguma coisa. Um nano, por outro lado, equivale a 10-9 ou 0,000 000 001 (são nove dígitos à direita da vírgula). É um bilionésimo.
Um quetta, como definido na última sexta, equivale a 1030 – 1 seguido de trinta zeros. Um ronna, 1027 – 1 seguido de vinte e sete zeros. Seus símbolos são, respectivamente, Q e R. Esses são os prefixos que surgiram para suprir necessidades que podem surgir no campo da ciência de dados – os pesquisadores poderão falar em quetta ou ronnabytes, por exemplo.
Quecto e ronto também entraram para a lista porque o sistema de unidades funciona com um equilíbrio entre os prefixos. “Quilo” (103) tem seu correspondente na extremidade menor da escala: “mili” (10-3). Do mesmo modo, quetta está relacionado a quecto (q), que equivale a 10-30; e ronna a ronto (r), que é 10-27.
São números inconcebíveis para a maioria de nós. Imagine, por exemplo, que a Terra pesa cerca de seis ronnagramas – um 6 seguido de vinte e sete zeros. Já a massa de um elétron é tão pequena quanto um quectograma.
Os nomes são o resultado de anos de discussões. Eles são escolhidos com cuidado porque não podem, por exemplo, ser confundidos facilmente com outras palavras (em quaisquer idiomas), e devem começar com letras que ainda não estão em uso como símbolos para outras unidades ou prefixos.
Há critérios e regrinhas diversos, alguns introduzidos recentemente. Os prefixos da extremidade maior da escala, por exemplo, devem terminar em “a” – como giga, tera (1012) e quetta. Na outra extremidade, estão prefixos que terminam em “o” – como micro (10-6), nano e quecto.
Essa é a primeira vez que o sistema de prefixos é atualizado desde 1991. Na época, a Conferência Geral de Pesos e Medidas adicionou zetta (1021), zepto (10-21), yotta (1024) e yocto (10-24) na lista de prefixos.
Quetta e quecto, ronna e ronto: conheça os novos nomes para números extremos Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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