quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Estudo examina eficácia de shakes para o controle do peso

Em mais de três décadas atuando como médico nutrólogo e especialista em obesidade, tenho atendido milhares de pessoas que enfrentam o desafio de emagrecer com as mais diferentes estratégias. Afinal, não existe um único método que sirva para todo mundo.

Exemplo disso é que, enquanto alguns indivíduos evoluem bem aderindo ao jejum intermitente, outros têm necessidade de fazer uso de medicamentos para controlar a ansiedade e o apetite. No entanto, há algo em comum para todos os pacientes: o fato de que deverão seguir um estilo de vida saudável e ativo se quiserem manter os resultados alcançados.

Nesse sentido, uma opção adotada por muita gente, no Brasil e lá fora, são os shakes substitutos parciais de refeição. Eles são formulados com nutrientes conhecidos (proteínas vegetais, carboidratos, vitaminas e minerais, fibras e gorduras) a fim de suprir os componentes que deveriam estar presentes em uma refeição equilibrada.

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Regulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses produtos buscam simplificar a rotina e contornar uma dificuldade frequente entre indivíduos com sobrepeso ou obesidade: controlar melhor as porções ingeridas. A ideia é que, seguindo as instruções de preparo, a pessoa saiba quantas calorias e nutrientes irá consumir e possa ajustar seu padrão alimentar com uma solução conveniente e versátil.

Nessa linha, os shakes são dotados de um bom volume de proteína, nutriente que estende a sensação de saciedade, algo muito buscado em matéria de emagrecimento.

Como evidência científica do que estou afirmando, posso trazer uma revisão de estudos recém-publicada no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, envolvendo 22 trabalhos dos últimos 20 anos e dados de quase 2 mil pacientes com sobrepeso ou obesidade. Ela assegura que o shake proteico é uma ferramenta eficaz para quem deseja perder peso.

Várias outras publicações científicas também demonstram a eficácia e segurança dos shakes no contexto do controle de peso. Eles também são reconhecidos por sociedades e conselhos profissionais em todo o mundo. Não se trata de uma solução milagrosa, mas de um elemento que, somado ao estilo de vida saudável, aumenta as chances de um emagrecimento sustentado.

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Em outra pesquisa, publicada no British Journal of Nutrition, observou-se que os shakes tiveram efeito superior na redução do peso quando comparados ao grupo controle (dieta comum). Provavelmente, o engajamento no uso e as vantagens descritas têm a ver com o sabor e a praticidade do produto, uma ferramenta ainda mais valiosa dentro de um programa de mudanças de hábitos e prática de atividade física.

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É importante entender que os shakes podem substituir até duas das três principais refeições no caso de quem busca emagrecer – o café da manhã e o jantar ou o almoço e o jantar –, desde que se mantenha uma alimentação equilibrada nos outros momentos e um programa de exercícios regulares.

Na minha visão, eles também ajudam a evitar ciladas quando a pessoa está sem tempo ou disposição para preparar a refeição, diminuindo a possibilidade de se optar por um fast-food. Além disso, podem ser usados como ingredientes de receitas, deixando o preparo final mais nutritivo. Respeitando necessidades e preferências dos consumidores, hoje existem inclusive versões vegetariana, sem glúten e zero lactose.

Trata-se, em suma, de uma estratégia para o controle do peso que conta com a chancela de estudos.

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* Nataniel Viuniski é médico nutrólogo e membro do Conselho Consultivo da Herbalife Nutrition do Brasil

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