Em mais de três décadas atuando como médico nutrólogo e especialista em obesidade, tenho atendido milhares de pessoas que enfrentam o desafio de emagrecer com as mais diferentes estratégias. Afinal, não existe um único método que sirva para todo mundo.
Exemplo disso é que, enquanto alguns indivíduos evoluem bem aderindo ao jejum intermitente, outros têm necessidade de fazer uso de medicamentos para controlar a ansiedade e o apetite. No entanto, há algo em comum para todos os pacientes: o fato de que deverão seguir um estilo de vida saudável e ativo se quiserem manter os resultados alcançados.
Nesse sentido, uma opção adotada por muita gente, no Brasil e lá fora, são os shakes substitutos parciais de refeição. Eles são formulados com nutrientes conhecidos (proteínas vegetais, carboidratos, vitaminas e minerais, fibras e gorduras) a fim de suprir os componentes que deveriam estar presentes em uma refeição equilibrada.
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Regulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses produtos buscam simplificar a rotina e contornar uma dificuldade frequente entre indivíduos com sobrepeso ou obesidade: controlar melhor as porções ingeridas. A ideia é que, seguindo as instruções de preparo, a pessoa saiba quantas calorias e nutrientes irá consumir e possa ajustar seu padrão alimentar com uma solução conveniente e versátil.
Nessa linha, os shakes são dotados de um bom volume de proteína, nutriente que estende a sensação de saciedade, algo muito buscado em matéria de emagrecimento.
Como evidência científica do que estou afirmando, posso trazer uma revisão de estudos recém-publicada no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, envolvendo 22 trabalhos dos últimos 20 anos e dados de quase 2 mil pacientes com sobrepeso ou obesidade. Ela assegura que o shake proteico é uma ferramenta eficaz para quem deseja perder peso.
Várias outras publicações científicas também demonstram a eficácia e segurança dos shakes no contexto do controle de peso. Eles também são reconhecidos por sociedades e conselhos profissionais em todo o mundo. Não se trata de uma solução milagrosa, mas de um elemento que, somado ao estilo de vida saudável, aumenta as chances de um emagrecimento sustentado.
Em outra pesquisa, publicada no British Journal of Nutrition, observou-se que os shakes tiveram efeito superior na redução do peso quando comparados ao grupo controle (dieta comum). Provavelmente, o engajamento no uso e as vantagens descritas têm a ver com o sabor e a praticidade do produto, uma ferramenta ainda mais valiosa dentro de um programa de mudanças de hábitos e prática de atividade física.
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É importante entender que os shakes podem substituir até duas das três principais refeições no caso de quem busca emagrecer – o café da manhã e o jantar ou o almoço e o jantar –, desde que se mantenha uma alimentação equilibrada nos outros momentos e um programa de exercícios regulares.
Na minha visão, eles também ajudam a evitar ciladas quando a pessoa está sem tempo ou disposição para preparar a refeição, diminuindo a possibilidade de se optar por um fast-food. Além disso, podem ser usados como ingredientes de receitas, deixando o preparo final mais nutritivo. Respeitando necessidades e preferências dos consumidores, hoje existem inclusive versões vegetariana, sem glúten e zero lactose.
Trata-se, em suma, de uma estratégia para o controle do peso que conta com a chancela de estudos.
* Nataniel Viuniski é médico nutrólogo e membro do Conselho Consultivo da Herbalife Nutrition do Brasil
Estudo examina eficácia de shakes para o controle do peso Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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