O Ministério da Saúde estima o nascimento de cerca de 30 mil crianças com cardiopatia anualmente no Brasil.
Além de ser a alteração congênita mais comum, essa malformação representa a terceira principal causa de mortes em bebês durante o primeiro mês de vida (cerca de 10% entre os recém-nascidos).
As cardiopatias congênitas são anormalidades estruturais do coração que surgem ainda na sua formação durante as primeiras oito semanas de gestação e ocasionam consequências no funcionamento do órgão, geralmente após o nascimento.
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Um dos principais exames recomendados durante a gravidez é o ecocardiograma fetal.
Esse procedimento avalia a anatomia e função do coração do feto, identificando qualquer tipo de anormalidade e permitindo o aconselhamento e definição de estratégias para o tratamento.
Para entender melhor a importância desse exame, conversamos com o médico Gustavo A. G. Fávaro, cardiologista e ecocardiografista pediátrico e fetal do Sabará Hospital Infantil.
O que é o Ecocardiograma fetal?
É um exame de imagem que utiliza ondas sonoras de alta frequência para avaliar a saúde do coração do bebê, ainda no útero materno. Ele é semelhante ao ultrassom.
Pode também ser chamado de ecografia.
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Qual a função deste exame?
Ele mostra todo o funcionamento do coração do bebê antes de seu nascimento. Pode determinar, por exemplo, o fluxo e velocidade do sangue, tamanho, estrutura e desenvolvimento do coração, verificando qualquer anormalidade o mais cedo possível.
Quando deve ser feito o ecocardiograma fetal?
É recomendado que esse teste seja realizado entre a 18ª e a 30ª semana de gestação, sendo o tempo ideal por volta de 28 semanas.
Quando a gravidez é considerada de alto risco, o obstetra pode indicá-lo a partir da 14ª semana.
Esse exame traz algum tipo de risco ao bebê?
É um exame extremamente seguro, como o ultrassom por exemplo. Não representa nenhum tipo de risco ao feto ou à gravidez.
Em que situações o exame é mais indicado?
Em geral, ele é recomendado para todas as gestantes como parte do pré-natal, por conta da dificuldade de analisar o coração no ultrassom tradicional. Mas em alguns casos é ainda mais importante, seja por questões relacionadas ao bebê, à mãe ou histórico familiar.
No que tange os bebês, podemos destacar as gestações múltiplas, arritmias, baixo crescimento intrauterino e outras malformações congênitas.
Em relação às mães, as gestações durante a adolescência ou após os 35 anos são consideradas de risco; e outros fatores que reforçam a necessidade do exame são aborto anterior, cardiopatia congênita, diabetes, infecções virais, doenças inflamatórias autoimunes e uso de drogas e álcool, que podem afetar o sistema nervoso central e a formação do coração.
Caso haja histórico familiar de cardiopatias congênitas ou algumas síndromes genéticas, existe indicação absoluta para a realização da ecografia no feto.
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Como o ecocardiograma é realizado?
Ele pode durar de 10 a 30 minutos, e é simples e indolor. Normalmente, é realizado por cardiologistas pediátricos, com o mesmo aparelho que faz o ultrassom, posicionado na barriga da gestante.
O equipamento emite ondas sonoras de alta frequência, que são processadas e convertidas em imagens que serão avaliadas pelo médico. O doppler (fenômeno relacionado às ondas sonoras) nos permite ouvir os batimentos cardíacos do feto.
O que acontece caso seja identificada alguma anormalidade cardíaca?
Quando o exame revela alterações, é preciso uma avaliação completa e individualizada, considerando resultados de outros exames, histórico e logística familiar.
Essa investigação minuciosa é fundamental para o aconselhamento dos pais sobre a cardiopatia e definição das ações para ajudar o bebê e sua mãe no tratamento.
O diagnóstico precoce de uma cardiopatia congênita possibilita um tratamento adequado, eficaz e seguro.
O Sabará Hospital Infantil possui o Programa de Terapia Fetal e Neonatal, que integra em sua estrutura exclusivamente pediátrica o atendimento integral de gestantes com fetos com qualquer tipo de malformação.
A importância do ecocardiograma fetal no diagnóstico de cardiopatias Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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