Essa letra gorducha se chama “capitular” e é uma das tradições mais antigas do que hoje se chama de design gráfico: surgiu na Europa na virada da Antiguidade para a Idade Média, por volta do século 6.
Antes disso, os textos gregos e romanos eram uma confusão da perspectiva de um leitor atual. Não tinham parágrafos ou pontuação e empregavam pouco ou nenhum espaço entre as palavras.
As capitulares apareceram com o objetivo de marcar o início de capítulos, parágrafos ou subseções nos livrões manuscritos medievais, que eram copiados um por um por monges.
Com o passar dos anos, elas se tornaram cada vez maiores e mais ornamentadas: havia letras que ocupavam toda a altura da página e continham cenas bíblicas pintadas a mão.
Quando começou a impressão de livros em massa com a prensa tipográfica, no séc. 15, era comum diagramar a página de modo a deixar o espaço da capitular livre para que ele fosse ornamentado manualmente depois.
Havia outras maneiras de sinalizar o começo de um texto. Por exemplo: o tipógrafo pode destacar a primeira frase (ou as primeiras palavras) de um capítulo usando uma variação da fonte chamada versalete, que consiste em letras com forma de maiúscula e tamanho de minúscula.
A Super e muitas outras revistas e livros usam esses mesmos recursos até hoje, em versões contemporâneas com diferentes graus de ornamentação. Preste atenção nas páginas de uma das nossas edições impressas e você os encontrará por todo canto.
Luadson Carvalho, de Feira de Santana (BA), via email.
Por que a primeira letra de uma matéria da Super é sempre maior? Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
Nenhum comentário:
Postar um comentário