segunda-feira, 27 de junho de 2022

Mais pop e com novos carros, “F1 22” acompanha a evolução da Fórmula 1

Game reproduz bem as mudanças no regulamento, que deixou os carros mais ariscos, pode ser jogado com óculos de realidade virtual – e tenta pegar carona na onda de popularidade da categoria com um novo modo online

A Fórmula 1 está em alta. A temporada 2021 foi assistida por 1,5 bilhão de pessoas – e a última corrida de 2021, na qual Max Verstappen se sagrou campeão em circunstâncias dramáticas, teve 29% mais audiência que a final do ano anterior. No Brasil, a TV Bandeirantes vem batendo seus recordes de Ibope – e nos EUA, onde a série “Drive to Survive” (Netflix) fez a popularidade da categoria explodir, o público é o maior em 25 anos.

O game “F1 22”, que será lançado nesta sexta-feira (para PC, PlayStation e Xbox), tenta pegar carona nisso. Ele é o primeiro a ser inteiramente desenvolvido sob a influência da gigante Electronic Arts – que em 2021 comprou a empresa inglesa Codemasters, produtora da série.

A EA costuma ser criticada pelo uso excessivo de micropagamentos (coisas cobradas, em dinheiro, dentro de games como a franquia “FIFA”) e por acrescentar relativamente pouca coisa nas novas edições anuais de seus jogos de esporte. Em “F1 22”, felizmente, isso não ocorreu: os micropagamentos continuam num patamar secundário e dispensável -você pode comprar novas pinturas para decorar seu capacete e carro em partidas online-, e ao mesmo tempo o game traz uma quantidade razoável de novidades.  

A principal é o modo F1 Life: uma garagem virtual que você pode decorar (escolhendo a arquitetura, os móveis e a roupinha do piloto) e preencher com os seus carros e troféus. Bem na linha da customização de personagem que faz a alegria do público de Fortnite. Também dá para visitar as garagens de outras pessoas, e receber amigos na sua. Parte dos jogadores vai gostar, parte achará uma bobagem – mas o F1 Life não interfere com o resto do game, e pode ser simplesmente ignorado. 

Isso também vale para os Pirelli Hot Lap Challenges, que são uma coleção de desafios específicos – como percorrer determinada distância em X segundos -, e para os carros de rua: o game tem 10 deles, como McLaren 720S, Ferrari Roma e Aston Martin Vantage (o Safety Car da categoria), que você desbloqueia e pode guiar nas pistas da F1. É ok, mas nada demais: a dirigibilidade desses veículos é esquisita e simplória, não se compara a sofisticação de games como Gran Turismo e Forza – que os fãs de corridas também costumam ter.

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Já com os Fórmula 1 propriamente ditos, a história é outra. A Codemasters conseguiu simular bem as mudanças técnicas da categoria, que este ano voltou a usar o chamado efeito-solo ao mesmo tempo em que simplificou os aerofólios e mudou os pneus – deixando os carros bem menos grudados ao chão. Isso é imediatamente perceptível no game, tanto jogando com o controle quanto com volante (usamos um Logitech G920 nos testes). 

Os carros saem mais de frente e de traseira, e também tendem a girar mais facilmente sobre o próprio eixo longitudinal – o que, junto com os freios mais fortes (como na F1 real), muda sensivelmente o jeito de pilotar. Não é nada drástico, nem que possa afastar os jogadores mais casuais. Mas adiciona um grau de desafio bem-vindo.   

“F1 22” finalmente incorpora as sprint races, corridas de curta duração que estrearam na categoria ano passado. Também traz a nova pista de Miami, e reflete as alterações reais nos circuitos da Espanha, da Austrália e de Abu Dhabi. 

Visão do cockpit em “F1 22”, que pode ser jogado com óculos de realidade virtual.Electronic Arts/Reprodução

Os gráficos são bons, mas não evoluíram: parecem os mesmos dos últimos anos. A Codemasters – que é autora da série “Grid”, bem rica visualmente – realmente poderia dar uma incrementada neles para aproveitar a potência da nova geração de consoles. 

Outro ponto negativo é que o game abandonou o modo história: a novelinha “Braking Point”, com uma trama realista e envolvente, que se destacava em “F1 2021”. Uma pena. Em compensação, “F1 22” finalmente é compatível com óculos de realidade virtual – por enquanto só no PC, já que os novos consoles ainda não têm esse acessório. 

Quando a Electronic Arts comprou a Codemasters, muitos jogadores de Fórmula 1 manifestaram receio do que poderia acontecer com o game. Mas, em “F1 22”, a nova gestão fez melhorias e não impôs nada: se você não gostar dos novos modos de jogo, pode simplesmente ignorá-los e se concentrar nas corridas em si – que, com as mudanças dos novos carros, estão mais divertidas do que nunca. 

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