As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) certamente figuram entre as que mais causam vergonha entre quem as contrai. Entre elas, a herpes genital ocupa uma posição de destaque pelo fato de suas crises terem a capacidade de se repetir de tempos em tempos, mesmo após o tratamento.
Primeiro, um esclarecimento. Contrair uma IST não deveria ser tabu: trata-se apenas de uma exposição a uma situação de risco. No mais, não se trata de algo raro. Segundo uma pesquisa do Datafolha em parceria com a Omens, 14% dos brasileiros afirma ter tido alguma IST.
Mas voltando à herpes genital: por que ela tende a voltar em várias crises, e como evitar que isso aconteça?
Ora, ela é causada por um Herpesvírus (geralmente o do tipo 2). Após o controle da doença pelo corpo humano, o vírus permanece dormente no interior de um nervo. Infelizmente, até o momento, nenhum medicamento foi capaz de eliminar o vírus permanentemente – não existe uma cura definitiva, portanto.
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A cada vez que ocorre uma baixa da imunidade ou outro fator gatilho – por exemplo, arranhões locais, falta de sono, estresse, cansaço excessivo ou uma imunossupressão de fato – o vírus tem a oportunidade de se replicar e reativar a doença, o que gera as já conhecidas bolhas e crostas na pele.
A melhor forma de evitar a recorrência da herpes é cuidar bem da própria saúde. Valorize o sono, a alimentação e o bem-estar em geral. Além disso, o uso de suplementos à base de lisina pode ser útil em diminuir o risco de reativações, assim como uma dieta que evite excessos de arginina (chocolate, nozes e sementes, entre outros, carregam essa substância).
E cada vez que houver sinal de que uma crise está se iniciando (por exemplo: uma sensação de desconforto ou coceira, antes de surgirem lesões na pele), o ideal é iniciar rapidamente um tratamento com antiviral, como o aciclovir. Se iniciada a tempo, essa estratégia é capaz de abortar o aparecimento da crise com bolhas. Porém, mesmo que as lesões de pele apareçam, o tratamento ainda é útil para reduzir o tempo de remissão.
Mesmo que não exista uma cura definitiva para a herpes genital, há medidas que reduzem o risco de recorrência das crises.
*João Brunhara é urologista pela Universidade de São Paulo, integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e é diretor da Omens, plataforma que trata problemas de saúde sexual masculina.
Existe cura para a herpes genital? Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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