Fogachos (calorão), secura vaginal, depressão e insônia são alguns dos sintomas da menopausa. Ela pode surgir por volta dos 50 anos, ou mesmo antes dos 40 (quando é considerada precoce). Detalhamos aqui o que considerar nessa fase da vida, de ajustes no estilo de vida a reposição hormonal.
O que é menopausa?
A princípio, a menopausa é a última menstruação, que só é determinada com certeza depois de 12 meses sem sangramentos. Já o climatério é o período de transição que ocorre da fase fértil até essa última menstruação. Em média, ele vai dos 45 aos 55 anos de idade – e é aí que já surgem os sintomas. Ora, é nesse período que o fluxo menstrual pode ir e vir, os hormônios femininos começam a decair e por aí vai.
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Por volta dos 40 anos, a menstruação começa a ficar mais espaçada e imprevisível. Até que, em um momento, a mulher para de menstruar.
Lembrando que existe a menopausa precoce. Ela entra em cena quando os sintomas surgem antes dos 40 anos. “Dentro de um período que ainda seria reprodutivo, a mulher entra em falência ovariana”, explica Nilka Donadio, ginecologista e obstetra e consultora da Dasa Genômica.
Com o tempo, parte do incômodo decorrente da menopausa tende a ir embora. Mas alguns desconfortos podem permanecer, como secura vaginal. Além disso, a pós-menopausa é marcada por um aumento no risco de doenças como osteoporose e panes cardíacas. Daí a necessidade de ir ao médico e monitorar o estado de saúde.
Como ocorre a menopausa e quais são seus sintomas?
O organismo da mulher no climatério reduz significativamente a produção dos hormônios estrogênio e progesterona, que atuam na ovulação. Esses são os principais sintomas que vêm em decorrência da falta desses hormônios (como dissemos, muitas dessas sensações são transitórias):
- Fogachos (ondas de calor)
- Secura na vagina
- Perda da libido
- Insônia
- Desânimo
- Quadro depressivo
- Dor nas relações sexuais
- Flutuação de humor
- Dificuldades de raciocínio
O calorão aparece, porque o cérebro tem receptores de estrogênio, e a carência dele afeta o funcionamento de neurônios e neurotransmissores do hipotálamo, onde fica nosso centro de controle de temperatura.
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A falta desses hormônios também inferferem no aproveitamento e nos índices de vitamina D, proteína e cálcio no organismo. E esses déficit favorecem a osteoporose, além de agirem sobre a saúde do coração, dos músculos, dos vasos sanguíneos.
Nesse momento, é importante cuidar mais da alimentação, fazer exercícios físicos e evitar hábitos como o de fumar ou beber em excesso.
“As atividades físicas são fundamentais porque melhoram o sono, mantém os músculos saudáveis e ainda reduz o risco de doenças cardiovasculares”, afirma Nilka.
Tratamento clássico: o que é reposição hormonal?
Se o corpo da mulher reduz drasticamente a produção de estrogênio e progesterona, a ideia seria repor esses hormônios, certo? Mas não é tão simples assim. Esse tratamento possui contraindicações e cada mulher precisa de uma receita diferente.
Para quando a mulher ainda tem útero, é de praxe usar a progesterona para reduzir o risco de câncer de endométrio – já que o estrogênio estimula o crescimento desse órgão. A testosterona, por sua vez, pode ser utilizada para recuperar a libido.
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Outros fatores de saúde e mais a vontade da mulher são avaliados ao definir se haverá reposição, e de qual maneira. Aliás, dá até para adotar ciclos de tratamento que mantém a menstruação por mais um tempo.
E existem alguns pré-requisitos para a reposição hormonal. Mulheres com histórico de câncer ginecológico ou de mama com receptor hormonal, infarto ou trombose não devem recorrer a ela, por exemplo. “Isso ocorre por essas doenças serem hormônio-dependentes”, esclarece Nilka. Isso porque doses extras de hormônios às vezes estimulam a volta desses problemas.
Para além dessa estratégia, a adoção de um estilo de vida saudável ajuda a conter os sintomas da menopausa. Se a mulher sentir que está saindo do eixo, profissionais de saúde (de nutricionistas a psiquiatras) podem auxiliar.
“O mais correto é que essa avaliação seja totalmente personalizada”, defende Nilka.
Que outras alternativas a mulher tem?
Para resolver o calor da menopausa, por exemplo, há anos são utilizados como solução os fitoestrógenos, adquiridos por meio de dietas com alimentos que possuem essa molécula. “Sojas, lentilha, maça, linhaça, cereal integral, trigo, entre outros, estão nessa lista”, conta a ginecologista. Há ainda suplementos à base de isoflavonas da soja e da cimicífuga que podem fazer parte do cenário.
Em resumo, toda consequência do climatério deve ser avaliada e abordada. Se a mulher desenvolver depressão, terapia e antidepressivos comumente são prescritos. Se recebe o diagnóstico de osteoporose, provavelmente será estimulada a ingerir mais cálcio e vitamina D, além de fazer exercícios específicos e tomar remédios. E por aí vai.
É possível prevenir a menopausa?
Não. Alguma hora esse momento vai chegar.
Quem sempre incorporou um estilo de vida saudável está mais protegida dos efeitos do climatério, mas não completamente livre. Essa mulher terá menor risco de problemas cardiovasculares, por exemplo. Mas ele não desaparece por completo. No mais, a queda de hormônios tende a provocar aquele calorão e outros sinais incômodos, pelo menos por um tempo.
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Acompanhamento médico ao longo da vida para prevenir doenças faz parte desse cuidado. “Há quem faça hoje testes genéticos para entender as predisposições para doenças”, pontua Nilka.
Desafio é manter mulher ativa e saudável
A mulher em menopausa hoje é sexualmente ativa, está no auge da carreira e muitas vezes têm filhos jovens. Daí porque manejar os sintomas é particularmente importante.
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“Ela pode usar um gel que ajudará na secura vaginal e outras especialidades podem ajudá-la a manter o ritmo de vida, sem que essa fase – que dura mais de dez anos – afete sua rotina”, defende Nilka.
O que é a menopausa: quais tratamentos e formas de prevenção dos sintomas Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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