terça-feira, 26 de julho de 2022

Júpiter também tem anéis planetários – mas não do jeito que você imagina

Anéis planetários não são uma exclusividade de Saturno. Apesar de ser o primeiro planeta que vem à mente quando pensamos no assunto, ele divide a honraria com Urano, Netuno e Júpiter – além de exoplanetas e planetas anões.

Júpiter, por exemplo, é um gigante gasoso, assim como Saturno. Mas por que só o segundo desenvolveu anéis tão grandes e característicos?

Enquanto os anéis de Saturno são formados por grandes pedaços de gelo e rochas, os de Júpiter são compostos de pequenas partículas de poeira. Eles são tão fracos que só é possível enxergá-los por trás de Júpiter quando estão iluminados pelo Sol – ou então com equipamentos de infravermelho, onde aparecem com um brilho fraco.

Se os anéis de Júpiter fossem parecidos em composição com os de Saturno, eles apareceriam mais brilhantes para nós, uma vez que Júpiter está mais próximo da Terra.  Mas não é o caso. Os anéis de Júpiter são formados pelos impactos de pequenos meteoros nas luas do planeta. Os destroços ficam retidos na órbita, e precisam sempre de mais poeira para continuar existindo.

O problema de Júpiter é que suas luas são grandes demais, e atrapalham o acúmulo de aros de rocha e poeira. É o que sugere um novo estudo da Universidade da Califórnia Riverside.

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Para testar essa hipótese, os pesquisadores conduziram uma série de simulações de objetos orbitando o sistema do gigante gasoso. Elas levaram em conta o movimento da órbita de Júpiter e de suas quatro maiores luas (conhecidas como Luas de Galileu por terem sido descobertas pelo cientista no início do século XVII): Ganimedes (a maior lua do Sistema Solar, que supera o tamanho de Mercúrio), Calisto, Io e Europa.

A partir dos testes, eles afirmam que é improvável que Júpiter desenvolva anéis no estilo dos de Saturno. Segundo eles, planetas massivos formam luas maiores, que destruiriam quaisquer tentativas de formação de anéis.

As luas de Saturno têm um papel importante na formação e manutenção de seus anéis. Contudo, uma lua grande o suficiente poderia romper gravitacionalmente os anéis, lançando gelo para fora da órbita do planeta.

Quando examinados detalhadamente, anéis planetários podem fornecer pistas importantes ​para descobrir aspectos violentos da história de um planeta. Eles oferecem evidências de colisões com luas ou cometas que podem ter ocorrido no passado. Forma, tamanho, e composição dos anéis oferecem uma indicação sobre o tipo de evento que os formou.

“Para nós, astrônomos, eles são os respingos de sangue nas paredes de uma cena de crime”, afirma Stephen Kane, um dos autores do estudo. “Quando olhamos para os anéis de planetas gigantes, é evidência de que algo catastrófico aconteceu para colocar esse material lá.”

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