segunda-feira, 18 de julho de 2022

Há mais de 130 anos, Van Gogh escondeu um autorretrato com papelão e cola

Às vezes você fica um pouco frustrado com o resultado de seu trabalho? Bem, isso acontecia até com Van Gogh. 

O pintor holandês escondeu um autorretrato no verso da pintura Retrato de Mulher (Cabeça de Camponesa), de 1885, com camadas de cola e papelão. A imagem só foi encontrada recentemente por uma equipe técnica das Galerias Nacionais da Escócia (NGS, na sigla em inglês).

A descoberta aconteceu por acaso quando Retrato de Mulher passou por uma radiografia antes de aparecer em uma exposição da Academia Real Escocesa (“A Taste for Impressionism”, que ocorre neste mês de julho). 

Esse é um procedimento comum para quem trabalha com conservação de arte, porque ajuda a criar um plano para limpeza ou preservação de uma obra. Quando se faz uma radiografia, a imagem resultante mostra como a radiação foi absorvida ou espalhada – assim, fornece informações sobre a composição e condição do objeto de estudo. 

Mas, neste caso, o raio X acabou revelando camadas de pintura escondidas. “Momentos como esse são incrivelmente raros”, afirmou Frances Fowle, curadora sênior de arte francesa na NGS, em comunicado

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Por que estava escondido

Van Gogh, que sempre teve apoio financeiro de seu irmão Theo, costumava reutilizar suas telas para economizar dinheiro. Mas, em vez de pintar por cima de criações anteriores, ele virava a tela para trabalhar no verso.

Em meados da década de 1880, ele estava experimentando pintar retratos de amigos e de si mesmo.  Depois de pintar seu autorretrato, ele teria reutilizado a tela para pintar a Camponesa. Os especialistas da NGS acreditam que as camadas de cola e papelão foram aplicadas por cima do autorretrato para escondê-lo antes de ser emoldurado para uma exposição que aconteceu por volta de 1905, em Amsterdã.

Segundo a NGS, na época, Retrato de Mulher provavelmente era um quadro considerado melhor acabado do que o autorretrato de Van Gogh. A obra trocou de proprietário várias vezes até parar na Escócia em 1951.

Acredita-se que o autorretrato tenha sido pintado durante um momento importante na carreira do artista, quando ele foi apresentado ao trabalho dos impressionistas franceses depois de se mudar para Paris.

Os pesquisadores pretendem separar as duas pinturas, mas ainda estão analisando como isso pode ser feito, porque “o processo de remoção da cola e do papelão exigirá um delicado trabalho de conservação”.

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