sexta-feira, 29 de julho de 2022

O uso inteligente de dados alavanca a gestão da saúde

Agilizar atendimentos, fornecer diagnósticos precoces e precisos, orientar tratamentos, facilitar a relação entre profissionais de saúde e quem necessita de assistência – são incontáveis os benefícios da informação baseada em dados integrados e inteligência artificial em prol de uma gestão de cuidados mais humanizada. Essa premissa de acompanhar de perto os pacientes em toda a sua jornada norteia as ações da Dasa, maior rede de saúde integrada do país.

“Estamos na era do cuidado coordenado, e é preciso buscar cada vez mais métodos e soluções que facilitem a aproximação entre profissionais de saúde e pacientes, com análise inteligente dos dados que temos à mão”, diz o dr. Leonardo Vedolin, diretor-geral médico e de cuidados integrados da Dasa. “Permitir que parte do processo de atendimento seja feita por ferramentas digitais, dados e inteligência artificial libera os profissionais de saúde para que passem mais tempo cuidando das pessoas do que realizando trabalhos operacionais”, pondera. 

Leonardo Vedolin, diretor-geral médico e de cuidados integrados da Dasa –Dasa/Divulgação

A tecnologia habilita as equipes médicas a dedicar seu tempo, por exemplo, a ouvir as dores e as expectativas do paciente, que, por sua vez, acaba se engajando mais no tratamento. Ou seja: o benefício é uma maior humanização nessa relação. “Nosso time de gestão coordenada do cuidado monitora pacientes oncológicos dentro de uma lógica assistencial que garante o melhor cuidado, com eficiência e excelência clínicas, pertinência e melhor desfecho”, exemplifica o executivo.

“Graças à ciência de dados e à inteligência artificial, é possível fazer uma avaliação completa e integral da saúde de uma pessoa, resultando em uma medicina mais preditiva, preventiva e personalizada”, ratifica Danilo Zimmermann, diretor-geral de tecnologia e transformação digital da Dasa. “Para isso, construímos um data lake que é hoje o maior do setor e já concentra mais de 6,4 bilhões de dados, tudo de acordo com as regras da Lei Geral de Proteção de Dados”, conta Zimmermann.

Danilo Zimmermann, diretor-geral de tecnologia e transformação digital da Dasa –Dasa/Divulgação

Essa estrutura de armazenagem, analisada por meio de inteligência artificial, aumenta a capacidade de processamento de informações, como atendimentos em laboratórios ou hospitais, prontuários, exames, internações, cirurgias e medicamentos prescritos. “Além da coleta de dados, é importante, acima de tudo, saber analisá-los para que possam gerar insights e contribuir com a personalização de soluções”, diz o dr. Bruno Pinto, diretor-geral do Hospital Nove de Julho, em São Paulo, que faz parte da Dasa. O objetivo final, ele lembra, é sempre facilitar o acompanhamento de cada paciente e auxiliar na decisão sobre as melhores indicações terapêuticas para o caso. 

Bruno Pinto, diretor-geral do Hospital Nove de Julho –Dasa/Divulgação

Exames de rastreio e estratégias de prevenção

A transformação digital na medicina vem se consolidando como importante ferramenta para prever doenças e agilizar diagnósticos, recurso fundamental sobretudo em áreas como a oncologia – afinal, a descoberta de um tumor em estágio inicial, em muitos casos, aumenta exponencialmente a chance de cura. “A estratégia do cuidado integrado tem o potencial de reduzir significativamente a mortalidade em casos de câncer de pulmão, por exemplo. Acompanhando o paciente que faz exames em nossa rede integrada, conseguimos antecipar o início do tratamento pelo monitoramento das informações geradas dentro do nosso sistema”, ressalta o dr. Gustavo Fernandes, diretor da Dasa Oncologia. 

Gustavo Fernandes, diretor da Dasa Oncologia –Dasa/Divulgação
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“No Hospital Nove de Julho, o uso dos dados para aprimorar e refinar o atendimento tem sido primordial”, atesta o dr. Bruno Pinto. “O apoio de inteligência artificial empodera nossos profissionais envolvidos e, como consequência, temos uma entrega de laudos cada vez mais precisos e personalizados, otimizando o tempo e o atendimento dos pacientes”, completa.

Oncologista também no Hospital Nove de Julho, a dra. Bruna Zucchetti conta como a eficiência de um rastreio em um caso de câncer de mama acabou beneficiando toda uma família: “Aos 38 anos, a paciente notou um nódulo e os exames mostraram se tratar de um tumor de mama localmente avançado. Embora não houvesse histórico familiar muito sugestivo, solicitamos um teste genético para saber se ele tinha origem em alguma mutação que predispõe ao câncer hereditário”, relata.  

Bruna Zucchetti, oncologista no Hospital Nove de Julho –Dasa/Divulgação

 

O resultado do exame revelou a mutação BRCA2, uma das mais associadas à predisposição a desenvolver tumor de mama e de ovário hereditário.1 “Com essa informação, após a quimioterapia e a cirurgia profilática de retirada das mamas e dos ovários, a paciente passou a receber uma medicação específica para esses casos, um inibidor de PARP, que atua no reparo do DNA das células cancerosas. Essa personalização do tratamento foi possível pelo conhecimento que tivemos da mutação”, afirma a dra. Bruna Zucchetti. “Além disso, foram testados também o pai e três irmãos da paciente, duas mulheres e um homem.

Diante do resultado positivo para a mutação, a irmã mais velha, de 41 anos, foi submetida à retirada preventiva das duas mamas e logo depois dos ovários. Já a mais nova, de 28 anos, vai ser acompanhada de perto, fazendo exames em intervalos mais curtos”, explica a médica. O rastreamento personalizado foi indicado também para o irmão, uma vez que a alteração detectada predispõe igualmente a câncer de próstata e de pâncreas.2 “A descoberta da mutação não apenas trouxe benefício para a terapia da paciente como propiciou a oportunidade de acompanhar os familiares e oferecer uma medicina preventiva para diminuir as chances de desenvolvimento de tumores e a detecção precoce, caso ocorram”, resume a oncologista.

Tudo no mesmo lugar

Toda a jornada de cuidados promovida pela Dasa está centralizada no Nav, plataforma digital que reúne dados sobre consultas médicas, histórico de exames e demais atendimentos, facilitando a navegação dos usuários no ecossistema da empresa. Dessa forma, é possível receber alertas sobre exames atrasados, agendar consultas e vacinas, por exemplo. 

“O Nav tem o objetivo de resolver a fragmentação de dados de saúde, um desafio enfrentado em diversos países e histórico do setor”, diz Danilo Zimmermann. O próximo passo, segundo o especialista, é consolidar o modelo de Open Health, que permitirá às pessoas terem acesso a seus dados de saúde integrados, independentemente da rede hospitalar ou diagnóstica que tenha sido usada. “Todo o setor vem discutindo isso, procurando se antecipar às futuras regulamentações. Alguns padrões estão sendo estabelecidos para que os diferentes sistemas possam intercambiar os dados com precisão e eficiência”, informa. “A melhoria da coordenação dos sistemas de saúde traz benefícios para todos os atores – governo, setor privado e, principalmente, para os usuários”, conclui Zimmermann.

Referências:

1 https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/acoes-de-controle/deteccao-precoce.

2 http://www.oncoguia.org.br/conteudo/canceres-associados/13923/1227/HomenscommutacoesBRCA2aumentadoparacancerdepancreas/.

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