Estresse, ansiedade, burnout e outros inúmeros fatores psicológicos que afetam grande parte da população atualmente podem ser importantes gatilhos para deflagração e piora de quadros cutâneos.
Falo aqui desde uma queda de cabelo até doenças mais graves, conhecidas como as psicodermatoses – entre elas estão psoríase, vitiligo, dermatite atópica, dermatite seborreica, líquen simples crônico, urticária, acne, rosácea, alopécia, herpes, desidrose, hiperidrose e por aí vai.
Tudo isso pode acontecer quando o corpo passa por momentos de estresse em geral.
Essa situação faz com que o organismo aumente a produção de alguns hormônios, como o cortisol e a adrenalina, e isso gera uma inflamação que interfere em todos os órgãos do corpo.
A pele, por ser o nosso maior órgão, rapidamente sente esses efeitos e vira um alvo direto das respostas inflamatórias e até imunológicas, já que permite a sensação térmica, a capacidade sensitiva de tensão mecânica e a dor.
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É por isso também que, em situações de vergonha, medo ou susto, a pele tende a transpirar mais. Afinal, as terminações nervosas exprimem diretamente as sensações às quais estamos sendo expostos.
É por conta também do aumento da adrenalina provocada em uma situação de vergonha que os vasos sanguíneos profundos nos músculos e as veias se dilatam.
Assim, quando elas se abrem, o excesso de fluxo sanguíneo faz com que o rosto fique mais quente e com uma coloração levemente avermelhada.
Todo esse ciclo do estresse no corpo pode ainda baixar a imunidade, pois provoca a liberação de células inflamatórias.
Assim, a pele entra em estado de alerta e abre portas para que alergias, acne, dermatites e até a urticária apareçam.
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Pele e sistema nervoso: uma relação íntima
É importante destacar que a pele e o sistema nervoso se originam do mesmo folheto embrionário e, por isso, existe uma influência direta de um sobre o outro.
E os números não só corroboram essa ligação como são alarmantes. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a cada três pacientes que apresentam um problema de pele, um deles tem distúrbios emocionais, como depressão, ansiedade e estresse – capazes de explicar o quadro dermatológico.
A queda de cabelo pode acontecer também por culpa do cortisol, já que seu excesso na corrente sanguínea altera as funções do metabolismo e, dessa maneira, consegue afetar a absorção de substâncias essenciais – como as vitaminas A, B, C, D, E, além de ferro, selênio e zinco.
Todos esses micronutrientes contribuem com a renovação celular dos folículos pilosos – as estruturas responsáveis pela produção e o crescimento dos fios – e a carência deles pode levar à queda.
Em tempos de tanta informação, desinformação e inúmeros fatores que aumentam os efeitos maléficos do estresse, é importante ficar atento a qualquer sinal que o corpo possa demonstrar.
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Também é essencial buscar ajuda médica especializada e tentar diminuir fatores que desencadeiam tantos problemas.
Mesmo com a vida corrida, alguns pilares são essenciais para devolver o bem-estar.
Eles incluem uma rotina de sono de, pelo menos, oito horas ao dia, prática de atividade física regular (ao menos 30 minutos, três vezes por semana) e alimentação saudável – com variedade de legumes, verduras, proteínas, vegetais e carboidratos controlados. Por outro lado, evite itens industrializados, gorduras, frituras e açúcar.
*Adriana Vilarinho é dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD)
O impacto do estresse no cabelo e na pele Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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