sexta-feira, 14 de abril de 2023

Synth Boy: entenda como surgiu o novo parceiro da Lofi Girl no YouTube

Uma garota estuda em seu quarto, com headphones na cabeça. Ao seu lado, há um gatinho no parapeito da janela, que dá para uma bela vista da cidade. Tudo isso em uma estética de anime do Studio Ghibli dos anos 1990.

É bem provável que você já tenha visto essa cena em algum lugar da internet. Trata-se da Lofi Girl, personagem de um famoso canal do YouTube – uma rádio 24 horas especializada em um único gênero musical: lo-fi (ou lofi), uma mistura de hip-hop, jazz e música eletrônica. O resultado são melodias relaxantes, arranjos discretos, ritmo lento e ausência de letra.

O lo-fi tem raízes no começo dos anos 2000 e ganhou notoriedade ao longo dos anos – o canal da Lofi Girl, criado em 2015, ajudou bastante nesse processo. Na pandemia, a popularidade explodiu. Milhares de pessoas usaram o gênero para se conectar com outras por meio da hasthtag #withme (“#comigo”): lives de gente estudando, trabalhando ou limpando a casa – tudo isso embalado pelas batidas confortáveis. Hoje, a Lofi Girl acumula 12 milhões de inscritos.

Essa história não é novidade, claro. Mas, no último dia 10, algo inusitado interrompeu a tranquilidade da Lo-Fi Girl. No meio da tarde, sem aviso, a garotinha (e o seu gatinho) sumiram. A música da rádio não parou, mas o quarto ficou vazio – e a imagem principal do canal foi substituída por um ponto de interrogação.

Bom, (ainda) não dá para sequestrar personagens virtuais. Então os inscritos no canal pensaram se tratar de uma pegadinha. Não seria a primeira vez. No 1º de abril deste ano, os criadores da Lofi Girl resolveram fazer uma brincadeira e deram um descanso a ela: em vez da imagem padrão, a menina apareceu tirando um cochilo na sua mesinha.

Mas tinha mais coisa aí. No pôster do canal, surgiu um cenário diferente, com um aquário e luzes neon azuis (veja abaixo). Além disso, uma contagem regressiva misteriosa apareceu em uma nova live.

<span class="hidden">–</span>Lofi Girl / Twitter/Divulgação

Na última terça (11), o suspense terminou: tudo não passou de uma ação de marketing para promover um novo personagem (e uma nova rádio): o Synthwave Boy.

Prazer, Synth Boy

Antes de tudo, vale explicar o que é synthwave. Assim como o lo-fi, ele é um sub-gênero da música eletrônica. A sua principal característica é apostar pesado na nostalgia. O estilo é uma grande homenagem à cultura pop dos 1980, com batidas que remetem aos filmes de terror, sci-fi e ação daquela época. O nome vem de “synthesizer” – sintetizador, instrumento musical que se popularizou naquela década (basta pensar nas batidas eletrônicas do Depeche Mode e do New Order).

Faça o teste e ouça um pouco de synthwave. Você vai se sentir imediatamente em um episódio de Stranger Things (que presta a mesma homenagem aos anos 1980).

Essa é a premissa da nova rádio da “franquia” Lofi Girl: uma playlist ininterrupta de synthwave, com batidas ideias para “relaxar e jogar videogame”, nas palavras do canal. O personagem da live, que já foi apelidado de Synth Boy, vive em um quarto com luzes roxas e azuis, tem um cachorrinho e adora objetos retrôs, de um walkman a um computador com monitor de tubo:

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<span class="hidden">–</span>Lofi Girl/Divulgação

Nesta sexta (14), a live com o Synth Boy já estava sendo vista por 17 mil pessoas, simultaneamente. Você pode conferir no YouTube (link) e nas plataformas de streaming de música, como Spotify, Apple Music e Deezer.

A evolução da Lofi Girl

O canal Lofi Girl surgiu em 2015, mas sob outro nome: Chilled Cow (“vaca relaxada”). No começo, a imagem que estampava a live era da garota Shizuku Tsukishima, personagem do filme O Sussuro do Coração (1995), do Studio Ghibli. Em 2017, problemas com direitos autorais fizeram os donos do canal irem atrás de um identidade visual própria; para isso, chamaram o artista colombiano Juan Pablo Machado, que se inspirou na estética de anime para criar a Lofi Girl.

Em pouco tempo, ela se tornou um fenômeno, aparecendo em estampas de roupa e servindo de inspiração para releituras, que adaptam o original com novos cenários e elementos. A Lofi Girl brasileira, por exemplo, é negra e tem um vira-lata caramelo. Na ferramenta Lofi Generator, dá para montar o seu próprio avatar inspirado na garotinha.

A live da Lofi Girl é uma das mais longevas do YouTube – e só não é maior porque, em fevereiro de 2020, a plataforma acidentalmente interrompeu a transmissão, que àquela altura acumulava 13 mil horas e 218 milhões de views. O canal voltou a funcionar logo depois.

Hoje, a garotinha de fones de ouvido está presente em outras plataformas de streaming, e reúne milhares de fãs em comunidades nas redes sociais. Virou também um selo: artistas podem lançar suas músicas sob o guarda-chuva da Lofi Records, e as faixas tocam nas lives e playlists da marca. A empresa também organiza ilustradores, que fazem as artes de cada single, e encoraja criadores de conteúdo a usar suas músicas – com os devidos créditos, claro.

A expectativa é que aconteça o mesmo com o Synth Boy. E veja só: pelas ilustrações oficiais da marca, dá para ver que os dois personagens são vizinhos. Quem sabe, um dia, eles não se encontram?

(Em 2021, a Super publicou uma reportagem sobre lo-fi, os artistas por trás desse tipo de música – e por que ela faz o nosso cérebro relaxar. Você pode conferi-la aqui.)

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Foi só em 2017 que o artista colombiano Juan Pablo Machado criou, a pedido do próprio canal, uma nova identidade vi…

Leia mais em: https://super.abril.com.br/cultura/lo-fi-por-que-essa-musica-faz-seu-cerebro-relaxar-e-quem-sao-os-artistas-por-tras-dela/

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