Promovida pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), o Dia D da Diálise Peritoneal, que acontece em 25 de agosto, tem como objetivo reivindicar melhorias para as clínicas de diálise de todo o Brasil e chamar a atenção para um assunto tão importante.
A diálise peritoneal é um tratamento que substitui a função renal, filtrando as toxinas e o excesso de líquido que se acumulam no sangue. Trata-se de uma opção para pacientes com insuficiência renal aguda (até que os rins se recuperem) ou crônica (até que rim substituto seja possível).
Crianças também precisam de diálise peritoneal. Para abordar melhor o tema e como se dá o procedimento no contexto pediátrico, conversamos com a Dra. Maria Cristina Andrade, Coordenadora do Departamento de Nefrologia do Sabará Hospital Infantil Sabará.
O que é a diálise peritoneal?
É uma opção de terapia de substituição renal, na qual o processo ocorre com auxílio de um filtro natural chamado peritônio.
A solução de diálise é infundida na cavidade abdominal e permanece por um tempo e depois é drenada.
Esse líquido entra em contato com o sangue e isso permite que as substâncias tóxicas que estão acumuladas no sangue sejam retiradas, bem como o excesso de água que não está sendo eliminada pelo rim.
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Qual é a diferença entre diálise peritoneal e hemodiálise?
Apesar de terem a mesma função, elas são feitas de maneira diferente e, consequentemente, trazem efeitos distintos ao organismo.
A diálise peritoneal é um procedimento que pode ser feito em domicílio, normalmente de forma automatizada. Uma solução de diálise é infundida e drenada de maneira indolor na cavidade abdominal, retirando as toxinas e o excesso de líquido do organismo.
Já a hemodiálise é caracterizada pelo bombeamento do sangue por meio de uma máquina, que passa por um filtro responsável pela extração das toxinas presentes no organismo. Este tipo de diálise é realizado em clínicas especializadas.
+ Leia também: Hemodiálise não é a única opção contra doença renal crônica
Qual é a principal indicação da diálise peritoneal em crianças?
A diálise peritoneal está indicada para crianças de qualquer faixa etária que apresentam quadros de insuficiência renal aguda (decorrente de infecção generalizada ou cirurgias, por exemplo) ou doença renal crônica.
A indicação é feita pelo nefrologista pediátrico, que avalia o organismo das crianças através de consulta médica, exames de sangue e cálculo da porcentagem da função renal.
Qual a importância da diálise peritoneal?
Para recém-nascidos e lactentes com poucos meses de idade baixo peso, prematuros extremos e que nascem com problemas congênitos dos rins e do trato urinário, a diálise peritoneal é a única possibilidade de sobreviver, até que tenham peso mínimo para a realização do transplante renal.
A diálise peritoneal é mandatória quando a taxa de filtração dos rins é menor que 15 ml/min/1,73m² de superfície corpórea (estágio 5 da doença renal crônica). Nessa situação, há risco de vida.
Qual a idade que a criança deve ter para realizar o procedimento?
Ele pode ser realizado em todas as faixas etárias, desde o período neonatal.
Quais os benefícios da diálise peritoneal?
Por meio deste procedimento, a criança consegue ter uma vida social.
Durante a noite, sob os cuidados da família, ela realiza a terapia, que normalmente é automatizada. E, de dia, pode frequentar a escola e manter suas atividades diárias.
Além disso, a diálise peritoneal oferece algumas vantagens na faixa pediátrica quando comparada à hemodiálise.
Entre elas, menor risco de perda potencial do crescimento e da perda da função residual dos rins, além da preservação dos acessos vasculares, que são muito importantes para realização do transplante renal no futuro.
Qual a relação entre a diálise peritoneal e o transplante de rim?
Tanto o transplante de rim como a diálise peritoneal são métodos de substituição da função renal.
Normalmente, as crianças ficam em diálise peritoneal até que possam receber um transplante de rim, que é considerado o melhor tipo de tratamento para a doença renal infantil.
Diálise peritoneal em crianças: do cuidado em casa ao transplante renal Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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