terça-feira, 22 de agosto de 2023

Primeira sonda lunar russa em 50 anos perde controle e colide com a Lua

A corrida espacial do século 21 está a todo vapor. A China planeja pisar lá antes de 2030, enquanto a Ártemis III, a aguardada missão de retorno à Lua da NASA, está prevista para 2025 e 2026 (mas  pode ser adiada graças a Elon Musk).

Tentando não ficar para trás, a Rússia também anunciou seus planos de enviar pessoas para a Lua. Só que não começaram com o pé direito. No último domingo (20), a sonda de exploração russa Luna-25 sofreu uma falha técnica e colidiu ao pousar no satélite.

Essa era a primeira missão russa na Lua em quase 50 anos, e não tinha ninguém à bordo. A última vez que os russos estiveram por lá foi com a sonda Luna-24, em 1976, no fim da Guerra Fria. Essa missão trouxe algumas amostras de rochas lunares e, com o fim da corrida espacial, se tornou a última missão russa no satélite até então. 

A Roscosmos, a agência espacial russa, lançou a sonda no último dia 11 de agosto. A bordo do foguete Soyuz-2, a sonda partiu do Cosmódromo de Vostochny, com o objetivo de pousar na cratera Boguslawsky. A região fica próxima ao polo sul da Lua, onde os pesquisadores acreditam existir água congelada.

No último sábado (19), a Roscosmos teve uma falha de comunicação e perdeu o contato com a sonda por volta das 14h57 no horário de Moscou (8h57 para a gente, no horário de Brasília). Em comunicado, Yuri Borisov, diretor da agência russa, disse que a sonda manteve os motores ligados por mais tempo do que deveria. Ela perdeu o controle ao entrar em uma órbita imprevisível e em seguida se chocou com a superfície lunar.

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Outro fator pode ter minado o sucesso da missão: a ESA (Agência Espacial Europeia) trabalhava em parceria com a missão russa, mas encerrou sua cooperação após a invasão da Ucrânia. Isso, somado às sanções que o país sofre desde a tomada da Crimeia, acabou acelerando o lançamento da missão. 

A Luna-25 conseguiu tirar algumas fotos da superfície antes de colidir. De toda forma, o acidente deve atrasar a exploração lunar pelo serviço espacial russo. Segundo Borisov, o programa irá continuar, visto que, no futuro, os recursos presentes na superfície do satélite poderão ser a chave para a soberania tecnológica.

O acidente ressalta o declínio do serviço espacial russo (que ficou quase que completamente estagnado desde o fim da corrida espacial). Mesmo assim, é importante ressaltar alguns feitos do passado: a Rússia foi o primeiro país a mandar um homem para o espaço, o cosmonauta Yuri Gagarin, em 1961. Além disso, o primeiro satélite enviado para fora da Terra (o Sputnik), também foi obra russa. Ah, e sem esquecer também da cachorrinha Laika (pobre animal).

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