A expectativa de vida do brasileiro aumenta a cada ano. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1940 a 2019, o crescimento foi de 31,1 anos. Atualmente, já considerando os impactos irreversíveis da pandemia, a previsão da Organização Mundial da Saúde é de que o Brasil tenha quase 90 milhões de idosos em 2050.
Mas em um mundo globalizado e digital, onde as transformações acontecem em ritmo acelerado, envelhecer pode significar estar cada vez mais excluído da sociedade.
A pandemia de Covid-19 deu luz a essa questão. O distanciamento social, necessário à prevenção do vírus, afetou especialmente o público idoso, que ficou isolado e propenso a um risco maior de depressão e outros sofrimentos – tanto físicos quanto mentais.
A interação por meio virtual foi essencial para a inclusão das pessoas durante o período e uma sensação de conforto emocional. O ambiente digital permitiu acesso a conteúdos diversos – de cursos e atividades lúdicas a entretenimento e contato visual com familiares.
Porém, ainda hoje muitos idosos têm dificuldades de acesso à tecnologia, com relevante dependência de familiares para questões básicas do dia a dia, como movimentar a conta bancária, fazer compras online e interagir pelas redes sociais.
Acompanhar essas novas demandas do público idoso, garantindo ainda a segurança de seus dados, é essencial para reconhecer a visibilidade social dessa expressiva parcela da população.
Para além de todos os desafios dessa nova realidade, há que se considerar também as mudanças comportamentais dessa geração.
Apesar das dificuldades inerentes ao contexto, comprovadamente um sem-número de idosos passou a se integrar com um campo de inesgotáveis possibilidades. Entre elas, conhecer melhor seu próprio corpo por meio das atividades virtuais que conectam dança e bem-estar; assistir espetáculos culturais oferecidos por sites e plataformas na internet; aprimorar a formação profissional com o ensino a distância.
Ou seja, trata-se de um novo tempo e de um novo cidadão, com formas diversas de se relacionar com o mundo, consigo mesmo e com o outro.
No Sesc, o Trabalho Social com Idosos (TSI) oferece há quase 60 anos um amplo leque de atividades que visam o envelhecimento ativo e o protagonismo da pessoa idosa. Um trabalho pioneiro para estimular o diálogo entre diferentes gerações.
É uma ação construída por várias mãos, transversal e intergeracional, a partir de múltiplos olhares, e que vem se reinventando com as transformações sociais e tecnológicas, para potencializar novas frentes de atuação.
Em diversos pontos do país, oferecemos cursos e oficinas voltados para o aprendizado das melhores práticas e usos da internet, acesso às redes sociais e utilização dos aplicativos disponíveis.
+ Leia também: Idosos conectados: mais que inclusão, um direito
Em novembro, teremos o 1º Encontro Nacional de Idosos do Sesc, que reunirá os participantes do Trabalho Social com Idosos em uma grande confraternização virtual.
Será um momento para vencer desafios e reafirmar como, em qualquer tempo ou contexto, o pertencimento é a chave para o desenvolvimento social e humano.
Também no digital, a vida acontece com o Sesc. Com todos e para todos, com foco na nossa missão de promover o bem-estar social.
Janaina Cunha Melo é diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc
Inclusão digital traz qualidade de vida para o idoso Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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