1 – O básico
Leve em conta o teor de açúcar. No Brasil, os secos têm até 4 gramas de açúcar por litro (g/l); meio secos, entre 4 e 25 g/l; doces, acima de 25 g/l. E considere o tipo de uva. Os vinhos finos são feitos com as da espécie Vitis vinifera, de origem europeia, que geram bebidas com aromas e sabores mais complexos que os vinhos de mesa (que, no Brasil, costumam ser produzidos com a Vitis labrusca, de origem norte-americana).
2 – De olho nos rótulos
Existem selos que atestam a procedência dos vinhos. É uma garantia de que o produto seguiu as regras de produção de determinada região – e um indício de qualidade. Cada país tem as suas normas de classificação. Procure por siglas como DOC (Denominação de Origem Controlada, em vários idiomas) e IGP (Indicação Geográfica Protegida).
3 – Quanto mais velho, melhor?
A maior parte das bebidas que vai para os supermercados não foi feita para envelhecer. Atente-se à safra: para vinhos brancos e rosés, o ideal é que ela seja de, no máximo, três anos; para os tintos, cinco. Aquelas garrafas com décadas de idade e preços astronômicos são exceções, e não são para iniciantes.
Pergunte ao vendedor quais rótulos costumam vender bem – se o vinho tem bastante saída, significa que é reposto com frequência. Até porque as condições de armazenamento importam: calor ou incidência de luz em excesso influenciam no sabor da bebida.
4 – Guie-se pela comida
Existem várias regrinhas (e suas exceções) no mundo da harmonização, mas vale decorar as principais. A intensidade dos sabores deve se equiparar: comidas leves pedem vinhos leves; comidas pesadas, vinhos encorpados.
Bebidas mais ácidas vão bem com pratos gordurosos, e as frutadas combinam com massas e outros tipos de carboidratos. Para refeições apimentadas, evite espumantes e vinhos com alto teor alcoólico – eles vão potencializar o efeito da capsaicina, substância responsável pela ardência. Vinhos rosé e tintos leves são coringas – combinam com quase tudo.
Para saber mais:
– Não se deixe enganar pelo “Reservado” escrito no rótulo. É só um vinho bem básico, elaborado em larga escala. Os melhores tendem a ser os “Reserva”.
– A tampa de rosca é um ótimo vedante, assim como a rolha – mas, não raro, costuma-se associar esse tipo de garrafa a vinhos ruins. Não é verdade.
– O mundo da bebida está cheio de guias e prêmios que podem oferecer boas sugestões. Pesquise pelos mais confiáveis. O Guia Descorchados, por exemplo, avalia anualmente milhares de rótulos do Brasil, Argentina, Chile e Uruguai.
– Se você pretende gastar até R$ 100, vinhos da América Latina, Portugal e Espanha têm a melhor relação custo-benefício. Considerando a grana da importação, europeus muito baratos tendem a não ser tão bons assim.
Consultoria: Paula Theotonio, sommelier e jornalista especializada em vinhos.
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