Após se debruçar sobre dados epidemiológicos de quase 10 mil brasileiros, médicos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre mensuraram o impacto de hábitos e condições de saúde na probabilidade de desenvolver demência com o avançar da idade.
O termo abrange uma coleção de doenças (entre elas, o Alzheimer) que arruínam progressivamente o cérebro e funções cognitivas como memória e raciocínio, tendo também repercussões emocionais e comportamentais.
O fator com maior peso para o risco de demência apontado pela pesquisa foi a perda auditiva, seguido pelo sedentarismo.
“Sem dúvida, a medida mais urgente a ser adotada é a identificação de quem tem algum grau de déficit de audição. Em segundo lugar, e não menos importante, o estímulo à atividade física”, afirma o médico Wyllians Borelli, um dos autores do estudo publicado pelo The Lancet.
Mas o que a perda auditiva tem a ver com a demência? “Há três teorias que buscam explicar essa ligação: pessoas que ouvem mal despendem maior esforço para se comunicar, usando recursos que poderiam ser poupados para outros processos cerebrais; a perda auditiva gera isolamento social e depressão; e danos no nervo auditivo podem refletir o comprometimento do sistema nervoso pela doença”, detalha Borelli, que também é diretor científico da startup Hygia Saúde.
Calcula-se que 2 milhões de brasileiros tenham demência. Com o envelhecimento da população, esse número deve saltar para quase 6 milhões até 2050, segundo projeção do último relatório da Associação Internacional de Alzheimer.
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10 fatores que pesam na prevenção da demência Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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