segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Testes genéticos ajudam a melhorar performance esportiva

Você já parou para se perguntar por que se dá melhor (ou pior) fazendo uma determinada atividade física do que alguma outra? Ou por que, em times esportivos, como no caso do futebol, um atleta que faz um excelente trabalho em posição de atacante, por exemplo, não tem tanta aptidão para ser goleiro?

As respostas para essas perguntas, é claro, podem ter muitas variáveis. O gosto pelo esporte, o esforço investido para chegar aos resultados. Mas muitas das razões pelas quais um esportista pode ser muito bom ou não numa determinada função são encontradas na genética.

O DNA influencia nas habilidades e fragilidades na prática de esportes, desde o tipo de atividade física mais recomendado até predisposições nutricionais.

Hoje, por meio da ciência, como explica Larissa Penna, especialista em P&D da Genera, laboratório de genética brasileiro pioneiro no segmento de medicina genômica, é possível mapear esses genes e entender como cada organismo funciona. “Na parte esportiva, conseguimos enxergar tendência a lesões, probabilidade de ganho de massa muscular e resistência física”, afirma.

Aplicando os resultados genéticos na prática

Os testes genéticos podem indicar a maneira mais adequada de se exercitar? A resposta para essa pergunta é sim. É possível, inclusive, se beneficiar desses resultados, principalmente se você for um atleta profissional – ou se tiver vontade de seguir essa carreira.

Os resultados genéticos foram proveitosos para os atletas da Confederação Brasileira de Skate (CBSK), por exemplo. De acordo com o fisioterapeuta da entidade, Carlos Barreto, a ideia de fazer os testes surgiu como uma tentativa de melhorar a performance e prevenir possíveis lesões dos esportistas. Mas ele não imaginava que os resultados seriam tão surpreendentes.

“Conseguimos entender melhor os atletas e direcionar nossa forma de treinamento, em intensidade e frequência ideais mais focado em resistência muscular para um e em força para outro, por exemplo. Verificamos a fragilidade para fraturas e tendinopatias e também a dor pós-exercícios. Isso é fantástico e um diferencial como ferramenta para o mapeamento físico dos atletas”, diz.

Junto com as avaliações e exames físicos, o teste genético ajudou a equipe a ganhar tempo, sendo mais assertiva nas escolhas para os atletas. “Tivemos diminuição das lesões e hoje sabemos dizer se um atleta pode puxar seus limites técnicos ou se devemos colocar o pé no freio e poupar o físico por um tempo.”

Na prática, os resultados também foram apreciados: três dos oito atletas avaliados tiveram uma melhora significativa na performance em competições. O teste genético, segundo Barreto, também ajudou a entender outros pontos importantes, como carências nutricionais e até déficit de sono.

“Nenhum teste físico poderia nos sugerir mudanças tão completas como o teste genético nos mostra. Porém, para se ter sucesso com as informações obtidas, é preciso que um profissional capacitado traduza os resultados e ajude a colocar as mudanças em prática. Temos que saber como utilizar as informações adquiridas no teste, senão pouco vale”, ressalta.

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Alguns dos marcadores genéticos analisados pela Genera entregam análises de resistência física, performance atlética, danos musculares induzidos pela prática de atividade física, densidade óssea (força dos ossos), risco de obesidade, redução dos níveis de colesterol total em resposta ao exercício físico, ganho de massa e força muscular, índice de massa corporal (IMC) elevado, predisposição para desenvolver tendinopatia de Aquiles, capacidade cardiorrespiratória, recuperação da frequência cardíaca e dor muscular após a prática de exercícios físicos.

E uma das características mais interessantes analisadas, de acordo com Larissa Pena, mostra os conhecidos genes da força e da velocidade, o ACTN3, e o gene guerreiro, que mostra como as pessoas lidam com situações de estresse e pressão.

Teste genético é tendência no futebol europeu

No futebol, os testes genéticos também podem ser feitos pensando na melhora da performance do time como um todo. O médico patologista e coordenador da Divisão de Excelência Médica do São Paulo Futebol Clube (SPFC), Dorival José Decoussau, conta que clubes da Europa, como o Barcelona, já têm estudado a carga genética de seus atletas visando um melhor aproveitamento desses talentos.

Para Decoussau, os resultados voltados à parte psicológica dos atletas também são bastante esperados. “Hoje, a grande cereja do bolo no esporte de alto rendimento está voltada à emoção. O atleta que não se deixa abater nos lances críticos e que, nos momentos decisivos, sabe manter a serenidade se fortalece para vencer as dificuldades que o esporte apresenta. E é fundamental que saibamos trabalhar isso com eles também.”

Com o teste, é esperado melhorar a concepção física e mental dos atletas e, consequentemente, sua performance dentro de campo. “Com a contribuição do time de genética da Genera, vamos acumular experiências e queremos compartilhar isso com outros clubes e federações até de outros esportes. É uma revolução para a área e pode beneficiar até camadas mais amplas da população, quem vai à academia ou quer se exercitar apenas para cuidar melhor do corpo”, ressalta Decoussau.

Teste genético: autoconhecimento por meio do DNA

Fundada em 2010, a Genera foi a primeira empresa a trazer os testes de genômica pessoal para o Brasil. Eles são feitos de forma simples: a pessoa recebe o kit em casa e coleta o DNA através da saliva, de maneira rápida e indolor, com um swab, parecido com aquele utilizado para fazer exames de Covid-19, ao passá-lo suavemente na parte interna da bochecha.

O conteúdo é guardado em um envelope e a empresa faz a retirada desse material na sua casa – também é possível enviar pelo correio. Em cerca de 20 dias úteis, o resultado completo fica pronto e pode ser acessado virtualmente. “Na plataforma online, a pessoa consegue enxergar todas as suas características e predisposições, e fazemos questão de explicar cada resultado, além de indicar recomendações do que fazer com ele, para que seja utilizado”, aponta Ricardo Di Lazzaro, médico especialista em genética e cofundador da Genera.

<span class="hidden">–</span>Ricardo Di Lazzaro, médico especialista em genética e cofundador da Genera/Divulgação

O teste é uma possibilidade de autoconhecimento aprofundado, que pode ser um caminho para mudanças de hábitos e maior qualidade de vida. “Já tivemos casos de famílias inteiras comprando testes para fazer juntos e até presentear amigos e pessoas queridas. Pode ser até um presente de Natal bem interessante, para que a pessoa embarque em uma jornada pessoal bastante impactante”, reforça o cofundador da Genera.

Conheça todos os pacotes disponíveis no site.

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