Oficialmente, nenhuma. Não há como a primeira-dama assumir um cargo para o qual não foi eleita. No entanto, há uma tradição de as esposas dos presidentes brasileiros se envolverem em programas sociais e ações beneficentes, tudo feito de forma voluntária. Até porque não há salário previsto para os cônjuges dos chefes do Executivo.
Michelle Bolsonaro, por exemplo, atuou na inclusão social de pessoas com deficiência. Sua antecessora, Marcela Temer, foi embaixadora do programa Criança Feliz, voltado à primeira infância (até os 6 anos de idade).
No Brasil, esse costume vem de 1942. Foi quando Darcy Vargas (esposa de Getúlio) criou a Legião Brasileira de Assistência (LBA). A instituição visava ajudar as famílias dos soldados brasileiros enviados à Segunda Guerra Mundial, com recursos doados por empresários. A implementação da LBA em cada estado da federação ficou a cargo das primeiras-damas estaduais. Após o fim do conflito, a associação passou a atender famílias necessitadas – mas manteve a tradição de ser presidida pelas esposas dos governadores.
Essa imagem positiva de engajamento em boas causas foi maculada em 1991, quando, sob direção de Rosane Collor, a LBA sofreu denúncias de desvio de verba. A tal ponto que a Legião foi extinta no primeiro dia de mandato de Fernando Henrique Cardoso, em janeiro de 1995.
Fonte: Artigos “Legião Brasileira de Assistência e políticas sociais: primeiro-damismo, gênero e assistência social”, “ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA TRAJETÓRIA DA PRIMEIRA-DAMA SARAH KUBITSCHEK”
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