quinta-feira, 11 de novembro de 2021

EUA e China surpreendem e anunciam acordo para enfrentar crise climática

Enquanto a COP26, conferência do clima das Nações Unidas realizada em Glasgow (Escócia), aproxima-se dos momentos decisivos de negociação, as duas maiores economias (e poluidoras) do mundo decidiram fazer um anúncio-surpresa sobre um plano bilateral de cooperação para enfrentar a emergência climática.

Em declaração conjunta, EUA e China anunciaram que vão cooperar em projetos de redução de emissões de metano (gás que dura relativamente pouco na atmosfera, mas tem acentuado potencial de aumentar a temperatura do planeta, superior ao do gás carbônico) e também das emissões vindas dos setores industrial, de energia e de transportes.

Xie Zhenhua, negociador-chefe da delegação da China na conferência, diz que o objetivo da cooperação é “acelerar uma transição verde e de baixo carbono” para a economia mundial. “A mudança climática está se tornando um desafio cada vez mais urgente. Esperamos que esta declaração conjunta ajude a tornar a COP26 um sucesso.”

O anúncio foi recebido como uma surpresa positiva do encontro porque, ao longo dos dias anteriores, representantes dos dois países tinham andado trocando farpas. O presidente americano, Joe Biden, por exemplo, tinha criticado a ausência de seu colega chinês, Xi Jinping, durante os primeiros dias da COP, nos quais chefes de Estado do mundo inteiro estiveram em Glasgow para abrir os trabalhos.

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Prazo apertado

“As duas maiores economias do mundo concordaram em trabalhar juntas no temas das emissões durante esta década decisiva”, declarou o enviado do governo Biden, John Kerry. “A China e os EUA têm diferenças de sobra entre si. Mas a cooperação é o único caminho para cumprirmos essa missão.”

A expressão mais importante na frase de Kerry é “esta década”. Outro ponto-chave da declaração conjunta é pensar em metas de curto prazo, algo que tem sido negligenciado na maioria dos compromissos climáticos assumidos durante a COP.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, bem como outros líderes e ativistas, elogiaram a iniciativa, embora ainda não esteja claro qual será o impacto e a durabilidade dela até o fim da década.

Guterres, em sua segunda passagem por Glasgow desde o início das negociações, reforçou o pedido para que os subsídios globais que ajudam a sustentar a indústria dos combustíveis fósseis sejam cortados. Esse deve ser um dos temas de debate mais intenso para a redação de um documento final da conferência, ao lado do compromisso de eliminar totalmente o uso do carvão mineral na matriz energética do planeta. O carvão é o mais poluente dos combustíveis fósseis, com alta intensidade de emissões de CO2.

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