quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Nasa investiga a possibilidade de colocar um reator nuclear na lua

O último homem a pisar na lua foi Eugene Cernan, em 1972. Desde então, apenas sondas e rovers voltaram a explorar o satélite. A história pode mudar em 2025, com a chegada de astronautas pela missão Artemis, que pretende não só abrir espaço para uma futura colônia lunar, mas também servir como um caminho intermediário para que os humanos alcancem o planeta Marte.

Para estabelecer uma colônia na lua, é preciso pensar onde os astronautas irão se abrigar, o que irão comer, quais serão suas fontes de água e oxigênio e de onde virá a energia para manter todos os sistemas funcionando. A energia solar não é uma opção viável, já que uma noite lunar equivale a 14 dias na Terra, tendo pouco abastecimento. A Nasa acredita que a melhor opção seja a fissão nuclear, e está agora procurando por parceiros da indústria interessados em desenvolver a tecnologia na lua. 

A busca da Nasa ocorre em parceria com o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE). De acordo com a agência espacial, o ideal seria obter um sistema capaz de fornecer até 40 quilowatts de energia (o suficiente para abastecer cerca de 30 casas na Terra) por até 10 anos. Ela seria usada para sustentar sistemas de suporte à vida e carregar veículos lunares, entre outras coisas.

A Nasa já demonstrou em 2018 a efetividade dos reatores nucleares com o Kilopower, um protótipo de reator alimentado por um pequeno cilindro de urânio-235, do tamanho de um rolo de papel toalha. Na época, foram feitos testes para demonstrar sua capacidade de produzir energia e também provar estabilidade e segurança em ambientes diversos. O sistema de fissão era pequeno e leve, e foi capaz de fornecer até 10 quilowatts de energia elétrica. Os resultados foram promissores, e levaram os cientistas a falar já naquele momento sobre a possibilidade de aplicar essa fonte de energia na lua. 

E como foi dito ainda no início do texto, os cientistas pretendem usar a lua como um ponto intermediário entre a Terra e Marte. Dessa forma, estes sistemas de fissão poderão ser aplicados no futuro em espaçonaves de propulsão nuclear, permitindo aos astronautas chegar ainda mais rápido ao planeta vermelho para missões curtas.

Os parceiros da indústria interessados nessa nova empreitada devem enviar seus projetos às autoridades até o dia 19 de janeiro de 2022. Então, a Nasa e o DOE irão selecionar as propostas mais promissoras e ajudarão a desenvolvê-las pelos 12 meses subsequentes. Mas, por enquanto, a coisa está na fase teórica. As propostas servirão apenas como material de estudo para a Nasa. A construção de um reator real, e seu envio para a lua, ainda é uma possibilidade remota.

 

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