Durante a pandemia, um estudo realizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) indicou queda de 46,4% no número de mamografias realizadas entre março e agosto de 2020 em comparação ao mesmo período de 2019. No total, estima-se que o número de mamografias não realizadas durante a pandemia esteja entre 800 mil e 1 milhão.
O diagnóstico precoce do câncer de mama, que ultrapassou o de pulmão como o tumor mais prevalente no globo, é essencial para o sucesso do tratamento, permitindo que as chances de cura cheguem a 95%. Para isso, é preciso agilidade na identificação e no início do tratamento. E uma forte aliada em todo esse processo é a tecnologia.
Não é de hoje que reconhecemos a importância da tecnologia em diversos setores da sociedade, incluindo o da saúde. Soluções utilizando inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT) e a nuvem, por exemplo, já se mostram fundamentais para a medicina e a telemedicina, auxiliando na geração de resultados mais rápidos, otimização de diagnósticos, assertividade na rotina médica e redução de custos.
Quando falamos da tecnologia no combate ao câncer de mama, podemos citar uma ação recente concebida para o Outubro Rosa, mas que terá continuação até o final do ano. A Américas Amigas, ONG que tem como missão a redução da taxa de mortalidade por câncer de mama, com o apoio da Intel e da Diagnext.com, criou uma unidade móvel adaptada com tecnologia de ponta para detectar a doença.
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A iniciativa conta com monitoramento remoto do ambiente de TI, segurança dos dados das pacientes, integração a redes externas, telerradiologia, entre outras melhorias que possibilitam que a transmissão de grandes volumes de dados seja feita, disponibilizando, assim, mais de 170 exames por dia e permitindo que eles sejam analisados em menos de 5 minutos.
A carreta foi feita para ajudar na detecção do câncer de mama entre mulheres acima de 40 anos em situação de vulnerabilidade social, de forma gratuita e contínua. Ações desse gênero são fundamentais, tendo em vista a dificuldade dessas mulheres em pagar por exames e consultas e a demora no processo de um eventual diagnóstico e tratamento.
Para se ter ideia, mais da metade das pessoas que procuravam emprego no quarto trimestre de 2020 eram do sexo feminino e 60% se declaravam de cor preta ou parda, de acordo com dados do IBGE. São elas as principais vítimas do diagnóstico tardio: segundo o estudo Panorama de Atenção do Câncer de Mama, 52% dos casos de detecção em estágio mais avançado da doença envolvem mulheres consideradas pretas e pardas, o que só reforça a necessidade de projetos destinados a esse público.
Muito tem se falado, desde o início da pandemia, quanto a Covid-19 vem provocando uma aceleração na transformação digital. Ao mesmo tempo que há empecilhos, há também oportunidades. A aproximação da tecnologia com a saúde só vai avançar e elevar as chances de vitória, tanto para os profissionais como para os pacientes, nas batalhas travadas diariamente pela medicina – inclusive contra o câncer de mama.
*Andrea da Veiga Pereira é fundadora e presidente da Américas Amigas;
Fabiano Sabatini é especialista em IoT e TI e um dos responsáveis por identificar oportunidades e desenvolver soluções utilizando as últimas tecnologias da Intel Brasil
Uma unidade móvel e de alta tecnologia contra o câncer de mama Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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