A partitura mais antiga já encontrada é uma placa de argila com inscrições cuneiformes produzida na cidade babilônia de Nippur, onde hoje fica o território do Iraque, em 1400 a.C. Ninguém sabe exatamente como interpretar essas inscrições. A notação musical na Mesopotâmia há 3,5 mil anos não tem nenhuma semelhança com uma partitura contemporânea.
É bem provável, porém, que os símbolos representem as cordas de uma lira – um instrumento semelhante a uma harpa, em que cada corda emite uma única nota. Uma outra peça de argila conteria a afinação dessas cordas. A melodia parece seguir a seleção de notas da escala diatônica, a mesma escala em torno da qual se organiza toda a música do Ocidente até hoje (é só pensar no som de dó, ré, mi, fá, sol…). Outro recurso familiar é o emprego de intervalos de terça (emendar uma nota com a segunda à frente ou atrás dela na escala; tipo mi com sol) .Cante “Hey Jude”: o “Hey” e o “Jude” estão a uma terça menor de distância um do outro.
A ideia de usar uma tábua de madeira embaixo das cordas para pressioná-las e mudar as notas (o princípio de violinos, guitarras etc.) só surgiu muito mais tarde pelas mãos dos árabes. Na Babilônia, se você quisesse tocar uma nota, você precisava de uma corda só para ela.
As partituras como a gente conhece são uma invenção católica medieval. Elas são interessantes porque são universais: qualquer instrumento pode tocar qualquer partitura desde que possua as notas indicadas. A partitura da Babilônia, por outro lado, indicava cordas de um instrumento específico, de modo que ela se assemelha um pouco ao que hoje chamamos de tablatura: números que indicam quais pontos do braço da guitarra ou do baixo você deve apertar, mesmo que você não saiba o nome das notas nem a teoria por trás do que está fazendo.
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