“Alto em açúcar adicionado”, “alto em gordura saturada” e “alto em sódio”: a partir de domingo, dia 9 de outubro, alertas sobre a quantidade desses três ingredientes (quando em excesso) figurarão em destaque nas embalagens dos alimentos.
A iniciativa faz parte de um programa de rotulagem nutricional da Anvisa, e visa dar mais transparência à composição dos produtos industrializados.
A indústria deverá explicitar esses avisos quando houver:
- 15 gramas (ou mais) de açúcar adicionado em cada 100 gramas de alimentos sólidos e semissólidos
- 7,5 gramas (ou mais) de açúcar adicionado por 100 mililitros de líquidos
- 6 gramas (ou mais) de gordura saturada a cada 100 gramas de sólidos e semissólidos
- 3 gramas (ou mais) de gordura saturada por 100 mililitros
- 600 miligramas (ou mais) de sódio a cada 100 gramas de alimentos sólidos e semissólidos
- 300 gramas (ou mais) de sódio por 100 mililitros em líquidos
A resolução estabelece que essas informações devem ser estampadas de modo padronizado, ao lado de uma ilustração de lupa, e aplicada na face frontal superior da embalagem – o objetivo é que “saltem aos olhos” do consumidor.
Dessa forma, ganhamos mais uma oportunidade de fazer escolhas sadias, respaldados por descritivos claros sobre o que nos faz bem ou mal.
Segundo pesquisas realizadas pela Anvisa, o padrão vigente até então não é eficaz porque gera dúvida a respeito dos componentes e não facilita a comparação entre produtos.
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O coração sai ganhando
A saúde cardiovascular é altamente impactada pelos hábitos alimentares. Por isso, a Socesp – Sociedade de Cardiologia do estado de São Paulo, por meio de seu Departamento de Nutrição, não só comemorou a decisão como se articulou para esclarecer as novas regras, destacando a importância dos rótulos em postagens em suas mídias sociais e em seu site. Acesse clicando aqui.
A mobilização se justifica: os três ingredientes em questão, quando consumidos além das recomendações nutricionais, são inimigos do coração.
A ingestão de gorduras saturadas pode ter efeito direto no sistema cardiovascular, aumentando a concentração plasmática de LDL-c (o colesterol ruim).
Já o sódio está diretamente relacionado à hipertensão arterial. O açúcar, por sua vez, contribui para o excesso de peso – que configura um fator de risco cardíaco – e para o diabetes do tipo 2. Normalmente, o ingrediente é encontrado em alta concentração em sucos, refrigerantes, chocolates, biscoitos, entre outros.
Comer bem
Diante da importância da alimentação na saúde cardiovascular, o projeto “Diálogos com a Nutrição”, do Departamento de Nutrição da Socesp, oferece gratuitamente uma série de e-books com dicas sobre o que comer e o que é melhor evitar. O objeto é auxiliar no controle das cardiopatias.
Dietas como a do Mediterrâneo e a DASH são as mais recomendadas, pois incentivam o consumo de grãos integrais, frutas, hortaliças, carnes magras, produtos lácteos com menor teor de gorduras e oleaginosas.
Portanto, passar longe de fast foods e de outras lojas do gênero – onde a trilogia açúcar, gordura saturada e sódio inclusive é garantida – e priorizar as compras em feiras e hortifrútis – abusando de frutas, legumes, verduras, carnes magras, grãos e cereais – ajuda a carimbar o passaporte para uma vida longeva e saudável.
Ainda bem que, agora, os rótulos dos industrializados vão conversar mais abertamente com os consumidores e facilitar a manutenção dessa dieta equilibrada.
*Juliana Kato é nutricionista e diretora executiva do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
O impacto da nova rotulagem dos alimentos na saúde do coração Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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