Nesta semana, o Bard, ferramenta de inteligência artificial do Google, chegou para mais de 180 países. O software já estava disponível desde março – mas apenas para usuários dos EUA e Reino Unido. Agora, a lista inlui nações como Argentina, Chile, Japão, Coreia do Sul, Marrocos e Angola. Mas Brasil, China e países da União Europeia ainda seguem de fora.
A notícia faz parte de uma série de anúncios feita pela empresa na última quarta (10). Dentre as novidades, está a de que o Bard vai aposentar o LaMDA, seu antigo modelo de linguagem, e passar a usar o PaLM 2 – um modelo mais capaz e mais treinado. Segundo o Google, o PaLM 2 recebeu uma grande quantidade de códigos de programação, artigos científicos e texto multilinguais. Isso permitirá, por exemplo, que o Bard seja usado em japonês e coreano (além do inglês), e que ele será capaz de programar nas linguagens Python e JavaScript. A companhia também alega que a nova versão demonstra “capacidades aprimoradas em lógica, raciocínio de senso comum e matemática”.
O Bard é a aposta do Google para concorrer com o ChatGPT da OpenAI, atualmente vinculada à Microsoft. Antes das atualizações, alguns consideravam a I.A. do Google um fraco oponente – as mudanças vieram para equilibrar o jogo.
Como o Bard vai funcionar?
O chatbot será integrado a diversas ferramentas já existentes do Google, como o Docs e o Gmail. A I.A. fará o que o ChatGPT já faz, como ajudar a escrever um texto, responder e-mails, ensinar receitas…
Mas a integração mais aguardada será com o carro-chefe do Google: a ferramenta de busca. “Estamos reimaginando todos os nossos produtos, incluindo a pesquisa”, disse o CEO Sundar Pichai, durante a conferência anual da empresa.
A promessa é de que o robô também seja um gerador de imagens artificiais. Não só: que analise figuras e as ofereça como resultados de comandos. Eles apareceriam nas pesquisas comuns do Google. Em sua apresentação, a empresa dá um exemplo. Se um usuário digitar “Quais são alguns dos pontos turísticos imperdíveis em Nova Orleans?”, o Bard vai mostrar uma mostra uma lista de locais relevantes – e suas respectivas fotos.
Você também poderá adicionar uma imagem como parte da pergunta, em vez de apenas texto. É um princípio similar ao Google Lens, que é capaz de identificar objetos em imagens. Dá para mandar a foto do seu cachorro e pedir que o robô escreva uma legenda para ela. Ele irá analisar o conteúdo e gerar uma resposta – que você poderá usar na postagem com o pet nas redes sociais.
Outras funcionalidades
O Bard também terá conexão com a internet – uma coisa que o ChatGPT, por ora, ainda não faz. Com isso, é possível pedir um resumo de um texto online ou que ele leia uma matéria e a use como modelo de escrita. Diferente do concorrente, que falha ao ser questionado sobre eventos depois de 2021, o Bard consegue responder perguntas atuais e dá informações sobre eventos recentes.
Alguns recursos menores, porém úteis, também foram adicionados a ele. Você pode se comunicar com o Bard por voz, exportar o conteúdo diretamente para um email ou documento do Docs e ter acesso ao arquivo com a conversa.
O Bard também pode sugerir pesquisas similares às respostas que ele fornecer, com links para que o usuário possa checar as informações e tirar suas próprias conclusões.
Então quer dizer que o Bard vai substituir por completo a pesquisa do Google? A empresa diz que não, embora o robô cumpra muitas funções da ferramenta. No site, a companhia afirma que a sua I.A. pode gerar respostas imprecisas, e que talvez seja bom checar as respostas. “Com o feedback dos usuários, o Bard está ficando melhor a cada dia”, escrevem. “Mas ainda é cedo, ele é um experimento.”
Google anuncia atualizações no Bard, seu rival contra o ChatGPT Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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