A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de saúde norte-americana, aprovou a primeira vacina contra o vírus sincicial respiratório, o VSR. É a Arexvy, produzida pela empresa GSK e desenvolvida para os idosos.
O VSR é uma grande causa de bronquiolite em bebês de até 2 anos – ocasionando uma alta taxa de internações – e também de pneumonia e insuficiência cardíaca em idosos.
Em comunicado oficial, Peter Marks, diretor do FDA, comentou que há alto risco de quadros graves provocados pelo VSR entre os idosos, especialmente quando eles enfrentam outros problemas de saúde, como doenças cardíacas e pulmonares, ou estão com o sistema imunológico enfraquecido.
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“Quanto mais velho o indivíduo, mais perigoso se torna o vírus. Até porque é mais comum que fatores de risco se acumulem a partir dos 70 anos”, informa a geriatra Maisa Kairalla, presidente da Comissão de Imunização da SBGG (Sociedade Brasileira Geriatria Gerontologia) e colunista da Veja SAÚDE.
A lógica contrária vale aos bebês: quanto mais novinhos, maior o risco de complicações disparadas pelo VSR. Afinal, o sistema de defesas deles ainda está em formação.
Segurança e eficácia
O estudo que serviu como base para a aprovação do imunizante foi publicado no jornal científico New English Journal of Medicine e reuniu quase 25 mil pessoas com 60 anos ou mais.
Uma parte dos voluntários recebeu a vacina, enquanto a outra tomou o placebo.
Os pesquisadores viram, então, que quem de fato tomou a injeção contra o VSR ficou 83% mais protegido contra infecções do trato respiratório inferior, que inclui pulmões, brônquios, bronquíolos e alvéolos.
Já a eficácia em evitar casos graves da infecção chegou a 94%.
Há outros imunizantes contra o VSR em estudos pelas farmacêuticas Pfizer e Moderna. Eles também são destinados a idosos.
Outro público que deve se beneficiar logo mais é o das gestantes, já que a Pfizer está conduzindo pesquisas de imunizantes com foco na proteção de mães e bebês.
VSR em alta
Segundo a FDA, a cada ano, aproximadamente 177 mil pessoas com 65 anos ou mais são hospitalizadas nos Estados Unidos por causa do VSR – e estima-se que 14 mil desses casos sejam letais.
“No Brasil, nem sempre conseguimos fazer o painel viral [teste com capacidade de identificar múltiplos vírus], porque é caro, e acabamos testando só para coronavírus e influenza”, lamenta Maisa.
Os dois vírus mencionados estão por trás da Covid-19 e da gripe, respectivamente – e podem ocasionar sintomas similares aos vistos entre quem encara o vírus sincicial respiratório.
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“No dia a dia, percebemos que aumentou a prevalência de problemas causados pelo VSR entre os mais velhos”, conta Maisa.
Em seu último Boletim do InfoGripe, divulgado na quinta-feira passada, a Fiocruz informa que o VSR foi responsável por 48,6% dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo nas últimas quatro semanas. Enquanto isso, o Sars-CoV-2 foi identificado em 29,5%.
Nesse cenário, uma vacina é mais do que bem-vinda. Agora é torcer para que chegue logo ao braço da população.
A GSK informou que não há previsão para a distribuição desse imunizante no Brasil.
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Primeira vacina contra o VSR é aprovada nos Estados Unidos Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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