A fibrose pulmonar é uma reação exagerada do organismo que, ao tentar curar lesões no pulmão, forma cicatrizes – semelhante ao que acontece diante de uma ferida comum.
E esse processo se dá em um lugar específico do pulmão.
“Ele ocorre entre os alvéolos e a corrente sanguínea, onde é feita a troca de oxigênio e gás carbônico. Com a fibrose, esse espaço é preenchido por um tecido cicatricial”, descreve Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
O problema é que esse tecido é formado por uma estrutura mais dura, com colágeno. Ou seja, não é algo adequado para um órgão que deve ser flexível como o pulmão.
“Fica mais difícil para o indivíduo fazer o movimento de encher e esvaziar esse órgão, porque o efeito de bexiga se perde. É preciso mais força para respirar”, explica João Marcos Salge, pneumologista do Fleury Medicina e Saúde, de São Paulo.
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A fibrose pulmonar é uma condição rara, sem cura e grave. Para ter ideia, pode ser ainda mais agressiva do que um câncer de pulmão.
Quais são as causas da fibrose pulmonar?
Há inúmeros fatores que podem levar ao surgimento de cicatrizes no pulmão.
Elas podem aparecer após um caso grave de Covid-19 ou de uma pneumonia, por exemplo. Doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, também aumentam o risco de encarar o quadro.
De acordo com Prado, a lista de motivos por trás da fibrose pulmonar ainda conta com longa exposição a determinados fungos e bactérias.
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Cabe destacar que o tecido cicatricial pode ser resultado até mesmo do uso de determinados tipos de medicamentos, como algumas substâncias voltadas ao tratamento de doenças cardíacas ou utilizadas em sessões de radioterapia contra o câncer.
Mas, ao acompanhar o tratamento dessas condições, o médico consegue verificar o início do processo de fibrose e mudar o plano terapêutico, se necessário.
Agora, quando a causa da formação das cicatrizes é desconhecida, aí a doença recebe o nome de fibrose pulmonar idiopática.
A fibrose pulmonar só atinge idosos?
Como a maior parte dos casos está associada à exposição a agentes externos por um longo período, a doença surge com mais frequência a partir dos 50 ou 60 anos.
“Quando se trata de complicações de uma doença autoimune, isso pode acontecer antes, por volta dos 40 anos”, pontua Salge.
Quais são os sintomas da fibrose pulmonar?
A condição é progressiva, e ocorre em regiões localizadas do pulmão.
Por isso, os sintomas vão se agravando aos poucos. Os principais são:
- Tosse seca
- Dificuldade de respirar ou falta de ar após esforço físico
- Queda da oxigenação
- Cansaço
Como chegar ao diagnóstico?
Ao se desconfiar do problema, o indivíduo é encaminhado a um pneumologista.
Exames de imagem, como a tomografia, podem denunciar o mau funcionamento do pulmão. Testes de capacidade respiratória complementam a análise.
“É importante ter um diagnóstico precoce, porque é possível reverter a situação até um certo ponto. Quando a fibrose está instalada, a única possibilidade é impedir a progressão da doença”, afirma Prado.
Qual é o tratamento?
Para definir isso, a primeira missão do médico é descobrir a causa da fibrose.
Quando o problema é a exposição a agentes externos, por exemplo, mudar a rotina e o ambiente que o indivíduo frequenta é a primeira medida.
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Porém, outras questões mais complexas podem entrar em jogo, como uma doença autoimune que já está em tratamento, mas escolheu o pulmão como alvo.
A verdade é que ainda não há um medicamento específico para conter o processo de cicatrização no órgão.
“Temos os chamados anti-fibróticos, que podem trazer alívio, mas não funcionam para todo mundo ou provocam reações que afetam ainda mais a qualidade de vida”, explica Salge.
Esses remédios são de alto custo e, para conseguir o acesso gratuito, o indivíduo precisa enfrentar protocolos e burocracias.
Terapias de apoio, como fisioterapia respiratória, podem fazer parte da estratégia de combate à fibrose pulmonar.
O que é fibrose pulmonar, quais são os sintomas e como é o tratamento Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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