No dia 13 de março de 1989, Quebec sofreu um apagão elétrico. Diferente dos apagões que rolam por chuvas fortes ou falhas no abastecimento de energia, naquele dia a província canadense ficou sem luz graças a uma tempestade solar. Nova York, que não fica muito longe da fronteira com o Canadá, também enfrentou problemas de energia.
Por sorte, os danos logo foram revertidos – mas nem sempre esse é o caso. Uma das maiores tempestades solares já registadas ocorreu em 1859, e ficou conhecida como Evento Carrington. Estima-se que, se algo daquela magnitude ocorresse hoje, sistemas de energia e telecomunicações do mundo todo seriam danificados, causando estragos gravíssimos à humanidade.
Pesquisadores estão cientes disso, mas infelizmente não há nada que se possa fazer para evitar uma tempestade solar. Também chamada “tempestade geomagnética”, ela ocorre quando o Sol emite radiação e partículas eletricamente carregadas tão fortes que elas acabam atingindo a Terra. Elas podem causar apenas perturbações no campo eletromagnético de algumas regiões, ou danos mais graves.
Bom, o que dá para fazer é pelo menos se preparar para elas. O Frontier Development Lab (parceria entre a NASA, Serviço Geológico americano e Departamento de Energia dos EUA) desenvolveu um modelo de inteligência artificial que permite prever quais locais uma tempestade solar pode atingir com meia hora de antecedência. Nesse tempo, seria possível minimizar impactos na rede elétrica e em outras infraestruturas.
O modelo chamado DAGGER utiliza dados de satélites como ACE, Wind, IMP-8 e Geotail. Esses instrumentos medem a intensidade dos ventos solares e das tais partículas carregadas. Então, esses dados são comparados com as informações de bases terrestres que já detectaram perturbações geomagnéticas no passado. Assim, dá para fazer uma correlação entre as tempestades solares e os danos que elas causaram na Terra.
Modelos anteriores só conseguiam fazer a previsão para locais específicos da Terra, e também não eram tão rápidos. Esse é o primeiro modelo de previsão de tempestades solares que combina inteligência artificial com dados em tempo real, sendo atualizado a cada minuto.
O DAGGER possui código aberto, o que significa que ele pode ser adotado por usinas elétricas locais, bases de controle de satélites e empresas de telecomunicações. O modelo poderia funcionar de forma semelhante a um alerta de tornado – só que de tempestades geomagnéticas. Daí, pessoas que trabalham com essas infraestruturas poderiam proteger os equipamentos, deixando alguns sistemas offline temporariamente ou movendo satélites para outra órbita.
Teríamos 30 minutos para nos preparar antes de uma tempestade solar, segundo a NASA Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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