O desenvolvimento do sistema imunológico – que tem a função de defender o organismo contra agentes estranhos, como vírus e bactérias – é um processo natural. As crianças começam a desenvolver anticorpos antes mesmo do nascimento, ainda na gestação, e, depois, via aleitamento materno, e ao longo da infância até por meio do contato com alguns vírus.1 Mas, na pandemia, as medidas de proteção acabaram tendo um impacto importante na imunidade das crianças.
De acordo com Renato Kfouri, pediatra infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, quanto mais novas são as crianças, mais elas fazem parte dos grupos de risco, porque, claro, ainda estão muito desprotegidas, com um sistema imunológico imaturo e com mais chances de adquirir infecções e ver a doença evoluir de forma mais grave.
“A resposta imune das crianças amadurece de duas maneiras: com a idade e com a exposição a agentes infecciosos. E isso acontece de forma simultânea, ou seja, quando vai crescendo, vai estando mais protegida e tendo contato com mais microrganismos. Mas a pandemia quebrou esse ciclo”, diz.
Volta à normalidade com mais chances de adoecer
Segundo o especialista, o isolamento social e o uso de máscaras, que se fez muito necessário para evitar o contágio pela Covid-19, fizeram com que as crianças passassem cerca de dois anos e meio sem quase nenhuma experiência infecciosa, mas agora, com a volta à rotina normal, o perigo de contrair outros vírus é aumentado.
“As crianças ficaram em casa, não frequentaram a escola e não conviveram com outras crianças. Agora, com o retorno às aulas, tivemos um acúmulo oposto: juntamos diversas crianças virgens de exposição viral, e isso virou um campo fértil para tirar o atraso das infecções. É por isso que vimos um aumento expressivo de casos de infecções, que sai do padrão habitual, com epidemias acontecendo até mesmo no verão, principalmente as infecções respiratórias”, afirma.
Além da falta de proteção do organismo, Kfouri explica que a própria questão ecológica leva a esse aumento de casos: segundo ele, quando a Covid era a protagonista nas infecções, não deixava oportunidade para que outros vírus circulassem. Mas, agora, o caminho está livre para eles também.
Apesar do alerta, o médico afirma que há a expectativa de que ocorra uma volta ao padrão em breve. Mas, para isso, é de extrema importância que sejam seguidas as recomendações médicas básicas. “As medidas preventivas para a saúde da criança são o aleitamento materno, com uma boa higiene das mamas; seguir o caderno vacinal e não deixar de vacinar as crianças; a entrada das crianças na escola o mais tardiamente possível, com uma licença-maternidade estendida; e medidas de comportamentos e hábitos, como a não exposição ao tabaco, o uso de máscara ou isolamento na presença de sintomas de infecção – que não precisa ser Covid, pode ser gripe ou viroses – e uma alimentação saudável.”
É preciso cuidar da imunidade das crianças
O papel dos nutrientes na imunidade é fundamental. Com uma alimentação balanceada, com frutas, legumes e verduras, as crianças acabam ingerindo nutrientes capazes de aumentar a resposta imunológica, incluindo vitaminas A, C e D, glutamina, arginina, nucleotídeos, ácidos graxos ômega-3, fibras, antioxidantes, selênio, cobre e zinco.2
Ou seja, um prato bastante colorido, com vários tipos de alimentos naturais, também ajuda a manter as crianças longe das infecções, principalmente as respiratórias, que têm sido causa de internações no país e preocupado bastante. Outra medida, aprendida na pandemia com mais intensidade e que deve se manter, é o lavar das mãos com certa frequência e usar o álcool em gel quando estiver na rua.
A melhor maneira de cuidar das crianças é por meio da prevenção. Mas, se mesmo assim a gripe insistir em aparecer, outras medidas de cuidado devem ser tomadas. Uma delas é optar por medicamentos mais naturais, livres de açúcares, corantes e aromas artificiais, como os fitoterápicos. O Blugrip Pelargonium,3 lançamento da Linha Blu, por exemplo, tem eficácia comprovada e ajuda a combater os sintomas gripais, também melhorando a resposta imunológica do corpo.
A solução é feita a partir do extrato da raiz de Pelargonium sidoides DC, uma planta com propriedades medicinais nativa da África do Sul, amplamente utilizada para infecção das vias respiratórias. Sua atividade farmacológica inclui efeitos antibacterianos, imunomoduladores e antivirais.4 O Blugrip Pelargonium ajuda os pequenos a melhorar mais rapidamente e é indicado para crianças a partir dos 6 anos de idade.
Manter uma boa hidratação, fazer lavagens nasais quando perceber que o nariz está obstruído, garantir o repouso e, claro, observar os sintomas e o comportamento das crianças para saber a hora de levar ao médico também são medidas recomendadas para o melhor cuidado dos pequenos.
“Os quadros gripais são normais durante a infância, com sintomas como coriza, tosse, cansaço e muitas vezes febre também. E, em muitos casos, esses sintomas podem ser tratados em casa. Mas é bom, se houver a chance, fazer a testagem para entender qual é o vírus que está acometendo a criança e prestar atenção aos sinais de alarme, que são: febre alta e persistente, dificuldade respiratória e grande apatia”, conclui Kfouri.
Referências
- Instituto Butantan. Portal do Butantan. Saiba como nosso sistema imunológico trabalha para eliminar os vírus e bactérias que tentam nos atingir. Disponível em: https://butantan.gov.br/noticias/saiba-como-nosso-sistema-imunologico-trabalha-para-elimin ar-os-virus-e-bacterias-que-tentam-nos-atingir.
- Micronutrientes, sistema imunológico, hipersensibilidade, estresse oxidativo, nutrição de grupos de risco. Rev Bras Alerg Imunopatol 2010; 33(1):08-13. Disponível em: https://www.sbai.org.br/revistas/Vol331/ART%201-10%20-%20Micronutrientes%20e%20siste ma%20imunol%C3%B3gico.pdf.
- Bula do produto Blugrip Pelargonium.
- Gökçe Ş et al. Effectiveness of Pelargonium sidoides in pediatric patients diagnosed with uncomplicated upper respiratory tractinfection: a single-blind, randomized, placebo-controlled study. Eur J Pediatr 2021 Sep; 180(9):3019-3028.
Imunidade infantil: como fortalecer a saúde das crianças no pós-pandemia Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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