Fósseis de lagerpetídeos – pequenos répteis semelhantes a um lagarto – encontrados no Brasil indicam uma ancestralidade comum com os pterossauros. Esse parentesco era desconhecido pela ciência até então. Max Larger, pesquisador da USP envolvido no estudo, falou à Super sobre a descoberta.
Por que esse link foi feito só agora?
O que tínhamos antes eram fósseis incompletos, como a região da bacia e dos membros posteriores. Com os novos registros, começamos a entender melhor a anatomia do bicho como um todo, com parte do crânio, coluna e braços. Foi dessas partes que ainda não eram conhecidas que extraímos as evidências de que eles são parentes dos pterossauros.
Quais são essas evidências?
Primeiro, temos a ponta da mandíbula, que é afinada tanto nos pterossauros quanto nos lagerpetídeos, como se fosse um bico. Além disso, ambos os animais têm dentes com três cúspides (pontas). O comum para jacarés e dinossauros, por exemplo, é ter apenas uma. Por fim, apesar dos lagerpetídeos não possuírem asas e não serem voadores, eles têm um antebraço e uma mão mais alongados do que o normal para um réptil.
Lagerpetídeos não voam. Como surgiu essa habilidade?
O que diferencia os pterossauros dos outros répteis são as asas. Elas são ligadas ao dedo anelar, que é tão grande quanto o próprio braço do animal. Pensávamos que, ao encontrar o antepassado do pterossauro, seria um animal com o dedo já alongado – mas ainda não o achamos. Porém, os lagerpetídeos viviam em árvores, o que indica que a origem dos pterossauros pode estar nos animais planadores – esquilos voadores, por exemplo, fazem parte desse grupo. Os lagerpetídeos não planavam, mas podem ajudar a explicar essa transição.
Fósseis brasileiros recriam origens dos pterossauros Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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